tag:blogger.com,1999:blog-64156910407666939242024-03-05T13:22:11.571-03:00A Hora ÚltimaO Blog de <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/index_p.html">2012: A Hora Última</a>Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.comBlogger49125tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-21472299021491189622017-12-31T20:21:00.000-02:002018-01-01T19:28:15.404-02:00O Post-truth ou a Vitória de Charles Fort<i><b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Post-truth</span></b>: <span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">relacionado a ou que denota circunstâncias nas quais fatos objetivos são menos influentes do que apelar à emoção ou às crenças pessoais </span></i><i><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">para formar a opinião pública</span></i><i><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">.</span> </i>(Tradução minha da<b> palavra do ano 2016</b> segundo <a href="https://en.oxforddictionaries.com/word-of-the-year/word-of-the-year-2016" target="_blank">Oxford Dictionaries</a>)<br />
<br />
<br />
¿Foram os discos voadores as primeiras <i>pósverdades</i> do século XX? Talvez não, porque <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Kenneth_Arnold" target="_blank">Kenneth Arnold</a> disse ter visto os nove objetos voando próximos dele aquele dia de 1947, embora não conseguiu os identificar, dali o nome de Objeto Voador não Identificado (OVNI). Mas, é uma pósverdade sim vincular a <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Area_51" target="_blank"> Área 51</a> com experiências extraterrestres. <br />
<br />
Minha estreia com as pósverdades foi a <i><a href="http://ahoraultima.blogspot.com/2014/01/voltando-para-lua.html" target="_blank">farsa do homem na Lua</a>,</i> meu tio avô desconfiava em 1969 dos <i>ianquis</i> e suspeitava que tudo era uma invenção de Hollywood. Na minha ingenuidade infantil pensava que ele era único no mundo em sua descrença. Por isso minha surpressa foi imensa, muitos anos dépois, ao descobrir o tamanho da comunidade negadora da aventura lunar, aínda mais ao perceber que seu bastião está nos EUA, país que fez o esforço econômico e humano de enviar homens na Lua. <br />
<br />
O tempo não fez mais do que aumentar as pósverdades. O atentado às Torres Gêmeas e ao Pentágono, o famoso 9/11, criou uma espécie de competência de quem lançava a teoria mais absurda sobre o que aconteceu naquela manhã interminável. Já tínhamos sofrido a passagem do milênio, e poucos anos depois nos deparamos aínda com as <i><a href="http://ahoraultima.blogspot.com/2012/12/21-de-dezembro-de-2012-uma-semana-do-fim.html" target="_blank">Profecias Maias</a> </i>que nunca aconteceram, por certo.<br />
<br />
Escrevo sobre falácias pseudocientíficas há mais de 30 anos. Na minha ingenuidade adolescente dos inícios neste campo, pensava que poderia ajudar aportando mais uma voz a um grupo de empreendedores que contou com os insignes nomes de <a href="https://es.wikipedia.org/wiki/Carl_Sagan" target="_blank">Carl Sagan</a> e <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Gardner" target="_blank">Martin Gardner</a>. Pensei também que a informação era o melhor remédio para convencer incrédulos, e por esse motivo o acesso universal a Internet seria o caminho natural para acabar con as falácias. E, no entanto, nos encontramos frente a un fenômeno que, ao que tudo indica, deixou de ser intranscendente e pode até definir eleições presidenciais.<br />
<br />
Eu acho que esta história de <i>falácias-verdadeiras</i> começou há mais de um século e tem um nome: <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Fort" target="_blank">Charles Hoy Fort</a>. No livro <i>"Fad and fallacies in the name of science"</i> (1957) Martin Gardner relata as disparatadas ideias que os <i>forteans</i> têm defendido desde as primeiras publicações de seu criativo líder. Fort recolheu inúmeras histórias que leu em jornais e revistas no British Museum em Londres, e na Biblioteca Pública de Nova York. Embora carecia de estudos acadêmicos, ou talvez por essa razão, dedicou sua vida a pesquisar eventos <i>anômalos</i> pouco considerados pelos científicos profissionais. Pôde se dar ao luxo de ser um <i>diletante científico</i> graças a uma herança familiar que o liberou da obrigação diária do trabalho. E dois amigos, que pouco entendiam de ciência e muito o admiravam, conseguiram que seus livros fossem publicados. O primeiro e mais famoso é o <i>"Livro dos Condenados"</i> , onde por <i>condenado</i> Fort se refere àqueles que se deixam convencer pela ciência que fazem os científicos profissionais, o que se dá em chamar em inglés de <i>"mainstream science"</i>. Ciência que Fort chamava de <i>dogmática. </i>Ele tinha particular aversão pelos astrônomos, a quem considerava de ineptos (<i>stumblebums</i>, en suas palavras), menos idôneos mesmo que os astrólogos para fazer predições, como, por exemplo, encontrar um planeta novo através de cálculos perturbativos. Segundo Fort, a Terra não gira em torno ao seu eixo diariamente, pelo contrário, uma esfera oca com pequenos orifícios gira em torno da Terra, por trás da esfera, uma luz permanente cria a ilusão da existência de estrelas. A esfera é de um material gelatinoso, e, as vezes, esse material é arrancado e cai sobre a superfície terrestre. Fort juntou notícias que davam conta da ch<i>uva de</i> <i>gelatina celeste</i> e por isso recomendava muito cuidado aos aviadores. Nos quatro livros que publicou em vida, e nas edições da revista <i>Doubt</i> que por muitos anos publicou a Sociedade Fortean, um catálogo gigantesco de maravilhas incríveis (literalmente) como esta, pode ser encontrado.<br />
<br />
¿Era Fort um ignorante autoconvencido de sua genialidade? ¿Era um semvergonha que lucrava com a ingenuidade alheia? Alguns biógrafos acreditam que nem um nem outro, Fort era um personagem que o Fort real criou para semear de dúvidas a humanidade, pelo único prazer de vê-la confusa, ou, pelo menos, para mostrar que a certeza absoluta é impossível. Sendo a <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Mec%C3%A2nica_celeste" target="_blank">Mecânica Celeste</a> o ramo da astronomia mais desenvolvida em tempos de Fort, cujo objetivo é descrever a posição dos astros com a máxima precisão possível, era a presa mais apreciada de suas críticas. Uma certa vez Fort disse: <i>"Não creio em nada próprio que eu tenha escrito alguma vez."</i> Um de seus mais próximos amigos, que o alentou a publicar seus livros, que participou da criação da Sociedade Fortean e que foi editor da revista Doubt, disse <i>"Fort não era um louco. De forma alguma ele cria minimamente em nenhuma de suas hipóteses."</i><br />
<br />
¿Serão também assim os <i>forteans</i> contemporâneos que de forma indiscriminada publicam fábulas irreais, contando fenômenos que nunca aconteceram, negando outros cuja existência não deveria nem sequer ser questionada ou dando explicações inverosímeis para questões corriqueiras? ¿Dedicam seu tempo livre à <i>ficção jornalística </i>apenas para rir da <i>ciência dogmática</i>? ¿São <i>maníacos</i>? ¿Ou, simplesmente, desiludidos?<br />
<br />
O problema é que nos anos de 1920, quando Charles Fort começou a publicar suas disparatadas teorias, seu impacto em escala global era insignificante. Hoje, a conectividade permite que as ideias se transmitam, literalmente, a velocidade da luz, entre duas antípodas do planeta. E o privilégio de se deslocar sobre a superfície da Terra, seja a pessoa, sejam suas ideias, que em épocas de Fort era para alguns poucos, hoje é um direito universal. Parafrasando a ilustração da teoria do Caos: <i>Um twit em Brasil pode resultar no crack da bolsa de Nova York</i>.<br />
<br />
Enquanto escrevia este artigo, que levou mais tempo que o desejado, outro neologismo irrompeu na mídia: <i><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Fake_news" target="_blank">fake-news</a></i>. Difícil discernir o qué o diferencia do <i>post-truth</i>. Certo é que ambos são igualmente nocivos no mundo hiperconectado onde a maioria aceita docilmente qualquer afirmação que confirme seus prejuízos.<br />
<br />
Não me cabe dúvida alguma, Charles Fort continua a rir de todos nós.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-24673470687016281192014-08-27T23:42:00.000-03:002014-08-27T23:42:04.911-03:00Lucy e o mito do 10%<div style="text-align: left;">
O ator <a href="http://www.imdb.com/name/nm0000151/?ref_=fn_al_nm_1" target="_blank">Morgan Freeman</a>, no papel de um neurocientista palestrando num local erudito, olha para a sua plateia e diz muito seriamente, "<i>É fascinante saber que o ser humano usa apenas o 10% de seu cérebro</i>". Isto acontece no <a href="https://www.youtube.com/watch?v=6Vu081NOorA" target="_blank">trailer do filme, estrelado por Scarlett Johanson, Lucy</a>. Um pouco depois, no mesmo trailer alguém pergunta a M. Freeman, o que aconteceria se pudéssemos usar o 100% do cérebro: "<i>Não faço a menor ideia</i>" responde o cientista, enquanto as imágens mostram os poderes incríveis que <i>Lucy-Johanson</i> parece ter obtido por causa de umas drogas que lhe foram administradas. O filme teve estreia há algumas semanas nos EUA, mas só em setembro no Brasil. Evidentemente não pude vê-lo, então só posso falar pelas poucas cenas do trailer. E me chama a atençao o retorno ao <i>mito do 10%</i>. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Há mais de 10 anos escrevi um artigo sobre o tema que foi publicado na <a href="http://revistaexactamente.exactas.uba.ar/category/archives/24/" target="_blank">Revista Exactamente </a>(Nro 24, Outubro 2002). Como vejo que não perdeu atualidade, transcrevo-o, quase na íntegra, abaixo. </div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<b>Supermentes devaluadas: o mito do 10%</b></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Corria a década de 1970, quando pela primeira vez escutei a teoria de que nosso cérebro está subutilizado. "<i>Usamos um 10% de nossa capacidade. Einstein chegou a usar apenas o 20%!</i>" A afirmação, mais do que verossímil era profética, augurando um porvenir feliz. Talvez poderiamos encontrar a forma de utilizar o 90% restante e nos elevarmos assim até uma estatura 5 vezes superior à de Einstein. Talvez poderiamos, como o célebre <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Fern%C3%A3o_Capelo_Gaivota" target="_blank"><b>Fernão Capelo Gaivota</b></a> de R. Bach, um dos estandartes da divulgação do mito das <i>Supermentes</i>, nos deslocarmos instantaneamente ou atravessar a dura rocha dos rochedos. Não demoraram em aparecer livros de autoajuda com técnicas para aumentar esse porcentual. O pontapé inicial parece ter sido dado pelo <i>best-seller</i>, hoje fora de impressão, <i>Powers of Mind</i> (A. Smith, Ed. Random House, N.Y., 1975). O livro explora todas as técnicas para aumentar a porcentagem de uso de nossa mente, desde a meditação Zen, até o I-Ching, passando pela pretensiosa Meditação Transcendental; e nos conta inúmeras histórias de pessoas que curaram doenças incuráveis, ou adquiriram poderes sobrenaturais, da noite para o dia, apenas porque aprenderam a usar sua mente com maior eficiência.<br />
<br />
Quándo começou esta mania? É difícil de precisar, como em toda lenda. A ideia de que nossa mente é capaz de dominar a matéria, subjacente no mito das Supermentes, é muito antiga, centenas de anos como mínimo (de alguma forma era uma hipótese dos alquimistas). Mais recentemente alguns referem a Einstein quem em alguma entrevista teria falado em forma imprecisa que ele utilizava 20% de sua capacidade mental. Creio adivinhar que não estava falando seriamente. O famoso <a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Dale_Carnegie" target="_blank">Dale Carnegie</a>, parece que também comentou alguma vez este mito, embora suas fontes saõ desconhecidas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Os antecedentes mais firmes, parecem provenir de experiências que na realidade demonstram lo contrário. Na década de 1920, <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Karl_Lashley" target="_blank">Karl Lashley</a> intentou localizar as lembranças. Treinou ratos de laboratório para lembrar o caminho de escape de um labirinto, e depois foi retirando diferentes partes do cortex cerebral. Lashley informa que em alguns casos até con 90% da massa perdida o rato podia lembrar o caminho. No entanto, nos mesmos trabalhos, ele escreve que esses ratos perdem performance ao mesmo tempo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
A partir da década de 1960, foram realizados experimentos com pessoas para observar a área do cérebro usada durante diferentes atividades. Os resultados mostram que normalmente uma área pequena é utilizada para uma atividade determinada. O que é bastante lógico, porque existe um certo gráu de especialização funcional no cérebro, e costumamos realizar uma tarefa por vez. Por exemplo, neste momento estou movendo apenas os músculos dos meus dedos enquanto escrevo, e mais alguns dos braços. O resto de minha massa muscular encontra-se relaxada. Isso não significa que só um 10% dos meus músculos têm alguma finalidade. Ao longo de um dia completo, muito provavelmente terei utilizado cada um deles em diferentes momentos. O mesmo acontece com o cérebro. <br />
<br />
Alguns pacentes de hidrocefalia têm o cérebro bastante comprimido e a pesar disso, são <i>normais</i>. Um exemplo extremo foi dado pelo pediatra britânico <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/John_Lorber" target="_blank">John Lorber</a>: um brilhante estudante de matemática cuja substânica cinzenta tinha uma espessura de apenas 1 mm, quando o normal são 45 mm. Aliás, pessoas com danos cerebrais conseguem recuperar funções inicalmente perdidas.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Mal interpretados estes resultados levam a crer que grande parte do cérebro é ociosa. Muito pelo contrário, o que demostram é que o cérebro tem uma incrível capacidade para assumir funções de outras áreas, e que a memória não tem, provavelmente, um lugar específico, estendendo-se pelo volume todo. Por outra parte, se aceptamos como verdadeira a teoria da evolução darwinista, é muito difícil explicar por qué um órgão desenvolveu-se de forma muito avançada sem ser completamente utilizado. A natureza costuma ser muito avara, dá e obtem apenas o necessário.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Obviamente que sempre pode-se fazer hipóteses <i>a posteriori</i>, argumentando que fomo alterados genéticamente no passado, ou que já existiu uma raça de homens mais inteligentes que a atual, uma catástrofe acabou con ela e os sobreviventes esqueceram a maior parte de seus conhecimentos. Está claro que nenhuma destas ideias têm qualquer basamento com a evidência empírica, como sim tem a teoria da evolução.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Isto não é tudo. Suponhamos que efetivamente usamos um 10% de nossa capacidade cerebral, se conseguíssemos utilizar o 90% restante, quais habilidades novas ganhariamos? Imagino que falariamos mais idiomas, fariamos cálculos matemáticos mais complexos, executariamos mais de um instrumento musical, etc. e mais outros etc. Para os fanáticos da lenda da <i>Supermente</i>, isto não é suficiente. Eles imaginam habilidades <i>paranormais</i>: telepatia, visão remota, por exemplo. Adquirido aquele estado superior teriamos poder de dominação absoluto sobre a matéria. E por último ganhariamos o domínio sobre o tempo. Em suma, <b>onipotência e imortalidade</b>. Estas extrapolações da realidade não têm o menor apoio e mais bem parecem projeções dos desejos íntimos dos seus autores.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
A verdade é que usamos nosso cérebro em quase toda sua capacidade (sempre podemos aumentá-la um pouco com mais exercitação). Depois de muito entrenamento podemos especializá-lo em algunas tarefas, como tocar um instrumento, jogar xadrez, aprender uma lingua estrangeira, ou simplesmente nos capacitarmos numa profissão. Isto já é maravilhosso, nenhum outro animal da Terra demonstrou tanta capacidade de autoconhecimento, aprendizagem e criação. Nosso cérebro é nossa marca distintiva no reino dos seres vivos. <b>Não o devaluamos por dizer que o usamos em sua totalidade.</b> Não é necessário crer em mágicas habilidades obtidas por meio de duvidosas técnicas para conhecer nossas esperanças e medos, nossas limitações e realizações. Em suma para saber qual é o nosso lugar no Universo. </div>
Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-91456417629449143822014-01-17T20:35:00.000-02:002014-01-27T10:16:04.963-02:00Voltando para a Lua<div style="text-align: justify;">
A <i>farsa da viagem lunar</i> não tem fim. Quarenta e cinco anos após a chegada do homem à Lua, a controversia se alastra, parece até aumentar. <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Neil_Armstrong" target="_blank">Neil Armstrong</a> não pode descansar em paz, perseguido pela acusação de ter fraudado a Humanidade inteira quando disse <i>"um pequeno passo para um homem, um grande passo para a humanidade". </i>E os outros 11 astronautas que andaram sobre o solo lunar, não conseguem desfrutar sua popularidade por causa de um infundado mito que afirma que as missões Apollo foram uma grande montagem de Hollywood aliado à NASA (tem quem afirma que <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Stanley_Kubrick" target="_blank">Stanley Kubrick</a> estava atrás das câmeras) para nos fazer acreditar que os americanos pousaram na Lua. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFExGh6SzacOjScY2RjdYQNMMrCc4iAORDdomNM7tB8fLuK1LGDwigDWgximBgmAo60OHKY4cGa6Kz5U062Yayhw75uoV6G0tqzrXPvmkP4-aDzykJYmWrQPZiqoXbW-zbG9fbkNTj1u-E/s1600/pisada_lunar.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFExGh6SzacOjScY2RjdYQNMMrCc4iAORDdomNM7tB8fLuK1LGDwigDWgximBgmAo60OHKY4cGa6Kz5U062Yayhw75uoV6G0tqzrXPvmkP4-aDzykJYmWrQPZiqoXbW-zbG9fbkNTj1u-E/s1600/pisada_lunar.jpg" height="258" width="320" /></a></div>
<span style="text-align: justify;">Recentemente, aproveitando fotografias da sonda lunar chinesa </span><b style="text-align: justify;"><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Chang'e_2" target="_blank">Chang'e 2</a></b><span style="text-align: justify;"> o jornalista da <b><a href="http://www.folha.uol.com.br/" target="_blank">Folha de São Paulo</a>,</b> Salvador Nogueira, publicou um artigo em seu blog </span><b style="text-align: justify;">Mensageiro Sideral</b><span style="text-align: justify;"> dando mais motivos para acabar com o ceticismo das viagens tripuladas à Lua: </span><b style="text-align: justify;"><a href="http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2014/01/15/mais-cinco-provas-da-ida-do-homem-a-lua/" target="_blank">Mais 5 provas da ida do Homem à Lua</a>. </b><span style="text-align: justify;">O que seguiu foi uma tempestade de comentários, réplicas e tréplicas que deu vertigem. Em menos de 48 hs, um total de 187 diferentes comentaristas (não podemos saber se se tratou do mesmo número de pessoas, acredito que é possível criar </span><i style="text-align: justify;">falsos avatares</i><span style="text-align: justify;">) tinham submetido em torno de 500 comentários, ou seja, 10 por hora, ou melhor, 15, se consideramos que as pessoas dormem umas 8 hs por dia!!</span><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Muitos comentários eram extensos e elaborados, tanto a favor quanto em contra da veracidade da história oficial. Em geral podemos classificá-los em quatro tipos diferentes:</div>
<ol>
<li><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Persuadidos</b></span>: Aqueles que estão, sem sombra de dúvida, convencidos da chegada do homem à Lua.</li>
<li><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Céticos</b></span>: Aqueles que estão, sem sombra de dúvida, convencidos da fraude lunar.</li>
<li><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Dubitativos</b></span>: Aqueles que duvidam da história mas também não engolem os argumentos dos céticos.</li>
<li><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Neutros</b></span>: Aqueles que emitiram comentários que não podem ser colocados em nenhum dos grupos anteriores. </li>
</ol>
<div style="text-align: justify;">
O grupo dos <i>dubitativos</i> deve ser incorporado ao dos <i>céticos:</i> não acho razões para questionar a realidade das viagens humanas para a Lua, é um <b>fato histórico</b> fartamente documentado. Juntando então em três categórias resulta</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<center>
<table border="2" style="text-align: center;">
<tbody>
<tr>
<td align="center" width="150px"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Persuadidos</b></span></td>
<td align="center" width="50px">88 </td>
<td align="center" width="80px">47,1 % </td></tr>
<tr><td align="center" width="50px"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Céticos </b></span></td>
<td align="center" width="150px">72 </td>
<td align="center" width="80px">38,5 % </td></tr>
<tr><td align="center" width="150px"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Neutros </b></span></td>
<td align="center" width="50px">27 </td>
<td align="center" width="80px">14,4 % </td></tr>
</tbody></table>
<br /><div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
Embora o número dos <i>persuadidos</i> é superior, resulta incrivelmente alto o número dos <i>céticos</i>. Descontando os <i>neutros</i> o resultado da: 55% de <i>persuadidos</i> para 45% de <i>céticos.</i> <b>É uma porcentagem muito grande</b> para um evento histórico comparável com as expedições aos polos geográficos no início do século XX (<a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Amundsen" target="_blank">R. Amundsen</a>, <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Robert_Falcon_Scott" target="_blank">R. Scott)</a>, <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/USS_Nautilus_(SSN-571)#Operation_Sunshine.C2.A0.E2.80.93_under_the_North_Pole" target="_blank">a travessia por baixo do Ártico</a> em submarino nuclear (1958), ou a <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Jacques_Piccard#Challenger_Deep_mission" target="_blank">descida a mais de 10.000 m no fundo do mar</a> em 1960. É mais preocupante se lembramos que os leitores da <a href="http://www.folha.uol.com.br/" target="_blank"><b>Folha de São Paulo</b></a> são pessoas com ensino médio concluido, a maioria deve ter um diploma universitário, lê e se informa. Seria muito fácil chamá-los de ignorantes. Mas estaria errado. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<b>Como pôde o maior sucesso da tecnologia recente virar um mico?</b> Lendo os comentários céticos, a maior fonte de suspeita é a conclusão das viagens. <i>Por que não retornamos nunca mais?</i> <i>Involuiu a tecnologia?</i> - se perguntam. Se o computador mais poderoso dos anos 70, que precisava de uma sala imensa para ser alojado, cabe hoje dentro de um aparelho do tamanho de uma caixa de fósforos, como pode ser que a tecnologia espacial não evoluisse na mesma proporção? afirmam irritados achando que esta é a maior demonstração que tudo foi uma <i>história da carochinha</i>. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyB2lJeIaNwY5D5t76UHDJC_jnB7MfM6F17Sgu-D0jHha04l33ft-T9LNN-CtnieOQyorR7tFl0JkljGjFVsJK2RhSwwgVid2u288SA1fR9Lxj_PalBfkeipk7ZffnAJ90lGxjd4eFUoM_/s1600/Tierra.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyB2lJeIaNwY5D5t76UHDJC_jnB7MfM6F17Sgu-D0jHha04l33ft-T9LNN-CtnieOQyorR7tFl0JkljGjFVsJK2RhSwwgVid2u288SA1fR9Lxj_PalBfkeipk7ZffnAJ90lGxjd4eFUoM_/s1600/Tierra.jpg" height="269" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Pois é. A tecnologia aeroespacial evoluiu muito menos que a dos computadores. Não são apenas os foguetes que continuam a ser caros e pouco seguros, os aviões também avançaram muito pouco nos últimos 40 anos. Traçando uma breve história da aviação temos: pimeiro vôo do <i>mais pesado que o ar</i>, 1906, aviação comercial, 1920, aviões a jato comerciais, 1960. De lá pra cá, pouca novidade. O esperado <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Concorde" target="_blank">Concorde,</a> o avião mais rápido que o som, foi um rotundo fracasso comercial. Cadê o jato estratosférico que iria fazer a travessia São Paulo - Tókio em 3 horas? </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O programa Apollo mostrou que a viagem tripulada à Lua é possível, mas custou 25 Bilhões de dólares ao estado norte-americano. Quando foi encerrado em 1975, a ideia era construir uma estação espacial, um porto fora da superfície para facilitar as viagens, e um transbordador que permitisse ir e vir até o espaçoporto em órbita. O transbordador espacial, oficialmente lançado em 1981, se mostrou caro e pouco seguro, e foi abandonado em 2011. A NASA ainda não definiu o novo sistema de lançamento. Enquanto isso, os astronautas sobem e descem usando as naves russas <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Soyuz_(rocket_family)" target="_blank">Soyuz</a>, cujo design tem mais de 50 anos! </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Hoje em dia, <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Apollo_program#Program_cost" target="_blank"><b>realizar o programa Apollo novamente teria um custo de 170 Bilhões de dólares</b>.</a> O retorno econômico deste investimento não é claro. Por isso mesmo se espera muito da iniciativa privada e da capacidade de inovação da indústria. Provavelmente a exploração da Lua, seja lucrativa quando dominemos melhor a tecnologia da viagem espacial. Até lá, os céticos acharão motivos para contestar a história.</div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue;"><b><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Domingo 26 de janeiro.</span></b> </span> Se minha teoria está certa, os más céticos deveriam ser os mais jovens. No fim das contas, nós, que <i>vivemos</i> aquelas jornadas épicas dos anos 1970, temos uma percepção mais forte de sua realidade. <br />
<br />
<b><span style="color: blue;">Segunda feira 27 de janeiro.</span></b> É interessante como algumas histórias são mais aceitas que outras. No mundo anglosaxão credita-se o primeiro voo de um <i>objeto mais pesado que o ar</i> (avião) aos irmãos Wilbur e Orville Wright, que teria acontecido em <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Wright_brothers#Flights" target="_blank">17 de dezembro de 1903</a>, em Kitty Hawk, Carolina do Norte. <b>Não há testemunha nenhuma do evento, apenas as memórias escritas dos irmãos inventores. </b>Enquanto isso, a maioria esqueceu o trabalho documentado e testemunhado por uma multidão, de Alberto Santos-Dumont, que <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Santos-Dumont#Heavier_than_air_aircraft" target="_blank">percorreu triunfalmente o Campo de Bagatelle</a> (Paris) en seu 14-Bis em 23 de outubro de 1906.</div>
</center>
Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-16984718372814441172014-01-15T00:47:00.001-02:002018-01-06T18:47:04.268-02:00O Senhor é astrônomo? Eu sou de Capricórnio!<div style="text-align: justify;">
Segundo o Evangelho de Mateus uns <i>magos vieram do Oriente a Jerusalem</i> e disseram:<i> Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo.</i><span style="text-align: left;"> A tradição popular diz, entre tanto, que eram </span><b style="text-align: left;">três Reis Magos</b><span style="text-align: left;">: Melchior, Gaspar e Baltazar. Do texto de Mateus depreendem-se três conclusões e um lema, a seguir: </span><i style="text-align: left;">(1) </i><span style="text-align: left;">que não (necessariamente) eram </span><i style="text-align: left;">reis</i><span style="text-align: left;">, </span><i style="text-align: left;">(2)</i><span style="text-align: left;"> que seu número é indefinido, </span><i style="text-align: left;">(3)</i><span style="text-align: left;"> que há uma contradição porque vindo do Oriente uma estrela que está no</span><i style="text-align: left;"> Oriente</i><span style="text-align: left;"> não pode conduzi-los ao </span><i style="text-align: left;">Ocidente</i><span style="text-align: left;">, para Belém; e o </span><i style="text-align: left;">Lema: </i><span style="text-align: left;">que os <i>Evangelhos</i></span><span style="text-align: left;"> são os livros mais vendidos e provavelmente os menos lidos.</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Uma linha intepretativa diz que os <i> magos</i> eram <i>sábios</i> do Oriente (a <b>Biblia Sagrada</b> da <i>Sociedade Bíblica do Brasil </i>os chama de <i>homens que estudavam as estrelas, </i>Mateus 2:1) e como naquela época não havia saber maior que a Astrologia, eram astrólogos vindos da Pérsia. Achar um evento astronômico que corresponda com a estrela de Belém que guiou os magos do Oriente, foi de encontro com a inoportuna obstinação da evidência científica. Nossa ignorância sobre a vida de Cristo, no entanto, aumenta as chances de encontrar a Estrela Guia, já que segundo o evangelista Mateus, nasceu em tempos do tretarca Herodes, falecido em 4 antes de Cristo. Toda uma contradição morrer antes que aquele a quem iria sentenciar de morte! Mas essa incerteza permite estender a busca no passado. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Foi talvez Johannes Kepler, um dos maiores astrônomos da história, quem mais próximo esteve de encontrar um evento digno do nascimento do Filho de Deus: a muito pouco freqüênte conjunção de Júpiter com Saturno na constelação de Peixes, constelação símbolo da cristandade, no ano de 7 AC (voltaram a se encontrar no ano seguinte também). Embora a conjunção pouco teve a ver com uma estrela porque os dois planetas maiores do Sistema Solar estavam <i>próximos</i> mas de forma alguma superpostos num único corpo. Foram propostas também estrelas <i> novas</i>, alguns cometas, outras conjunções, como a de Júpiter com a estrela Régulus (<i>Pequeno Rei</i>) na constelação do Leão. Nenhuma destas alternativas deixou conformados a todos. Em qualquer caso, é muito chamativo que apenas os magos do oriente perceberam a existência da estrella de Belém: no há registros históricos de um fenômeno ao mesmo tempo impactante, mas que, segundo o próprio evangelista, nem mesmo Herodes teria notado. Não seria melhor considerá-la uma retórica simbólica?</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2ODDoR8OuBhGTEHjd1TpG85Dyp4mMiDEgvlSEwZHBMmMZw6Gxxn0xbqNInDoAGa9gUUtvcNhwDAsMmrsM65LbtEihl8bOcpRsn7NhAG_uZjsShgVvobkPDbM-CwdffpUvUAvUiqeEFb0/s1600/Conjuncion-Jupiter-Saturno.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="223" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2ODDoR8OuBhGTEHjd1TpG85Dyp4mMiDEgvlSEwZHBMmMZw6Gxxn0xbqNInDoAGa9gUUtvcNhwDAsMmrsM65LbtEihl8bOcpRsn7NhAG_uZjsShgVvobkPDbM-CwdffpUvUAvUiqeEFb0/s400/Conjuncion-Jupiter-Saturno.png" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Representação do céu próximo à cidade de Belém na noite de 28 de maio de 7 AC.<br />
As estrelas mais brilhantes são Júpiter e Saturno, muito próximas,<br />
na constelação de Peixes. (Realizado com o programa Stellarium, v 0.12.0)</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Da mesma forma que os <i> astrólogos magos</i> não sabem qué foi a estrela de Belém, tampouco nunca confirmaram nenhuma de suas outras afirmações. É confuso então que Vicente Massot escreva em La Nación de 3 de janeiro de 2014 (<a href="http://www.lanacion.com.ar/1652328-los-reyes-astrologos-y-la-estrella-de-belen" rel="nofollow" target="_blank">link para a nota</a>), que a Astrologia iria <i>pôr as bases da moderna astronomia</i>. Sejamos mais precisos. Uma disciplina nascida entre os rios Tigre e Eufrates em torno do ano 2000 AC, evoluiu em duas direções diferentes: a do pensamento rigoroso e verificável que chamamos <b>Astronomia</b> e a do tratamento simbólico e místico que chamamos <b> Astrologia</b>. Apesar do afirmado, o afastamento (<i>estranhamento</i>?) da Astrologia com a objetividade começou já em tempos da Grécia Clássica: seus <i>filósofos naturais</i> descobriram que o caminho do Sol no céu ia mudando lentamente (hoje atribuimos este fenômeno à <i>precessão do eixo da Terra</i>), e assim os signos do Zodiaco já não se correspondiam mais com aqueles definidos dois mil anos antes. Com o passar dos séculos, as contradições aumentaram. Por exemplo: De qual forma incorpora a Astrología os astros descobertos recentemente? A quais? Plutão, ainda usado nas Cartas Astrais, foi reclassificado recentemente como <i>planeta menor</i>, mais um dos milhares que abundam no Sistema Solar. Seria para levar em conta todos os outros também? E as galáxias, não deveriam ser incluidas nas Cartas Astrais?Qual é a influência do Buraco Negro no Centro Galático? E as estrelas pulsares? De que forma afeta nossa Carta Astral a expansão do Universo? </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Reflexionaram os astrólogos alguma vez sobre estas questões? Duvido. Não há na sua história nenhuma inovação relevante: continua a ser o mesmo olhar surpreso e curioso dos homens que davam seus primeros passos na civilização, quase 4000 anos atrás. Enquanto isso, a Astronomia descobriu planetas, estrelas, galáxias, nuvens de gás, uma paisagem apaixonante e completamente nova, insuspeita pelos <i>magos do oriente</i>. Também descifrou a matemática íntima do movimento planetário: a Lei da Gravidade. Compreendeu a forma em que a luz das estrelas propaga-se no vácuo chegando até nós, e descobriu outras formas de <i>luz</i> que nossos olhos não detectam. Ousou, medrosamente, tirar o centro do Universo do Centro da Terra e pensar que também as estrelas nascen e morrem, que não são estáticas como afirmavam os astrólogos. E, num movimento que acreditou aproximá-lo daquele Déus dos <i>magos</i>, o astrônomo convertido em astronauta, caminhou sem proteção, literalmente caindo, fora da base sólida da superfície terrestre.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Os astrólogos, apesar de negar qualquer interesse por uma confirmação independente, entusiasmaram-se quando Michel Gauquelin na década de 1950 publicou um estudo estatístico sobre o momento do nascimento de esportistas famosos e a posição do planeta Marte no céu: o <i>efeito Marte</i> como foi batizado, nunca confirmado por outros pesquisadores, seria, no entanto, uma demonstração de que o método astrológico está enganado. Ô contradição!</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O certo é que, embora nascidos no mesmo berço, nada deve a Astronomia à Astrologia. Apenas nos deixar sem graça quando alguém nos pergunta a profissão: <i>O Senhor é astrônomo? Qué interessante! Eu sou de Capricórnio.</i></div>
Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-17697285828331601032013-03-05T22:55:00.003-03:002014-01-15T14:18:44.878-02:00O mundo e seus demônios<div style="text-align: right;">
<i>"Quando a ignorância é felicidade, é loucura ser sábio." </i></div>
<div style="text-align: right;">
<i> </i>(Thomas Gray)</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Escrevo estas linhas mais de dois meses depois da fatídica data de 21 de dezembro de 2012. Nenhuma das graves profecias anunciadas aconteceu de fato. O mundo segue seu caminho tortuoso e esperançoso, como sempre foi ao longo de sua história. Guerra civil na Síria com milhares de mortos e centenas de milhares de refugiados, mais a destrução de uma nação. A crise econômica europeia se alastra mais um ano. Enquanto na América Latina vivemos uma das décadas mais fantásticas de nossa história: sem importar o modelo econômico e político, todos os países da região cresceram e estabilizaram políticamente. Muito longe das sombrias décadas das ditaduras dos anos 60 e 70s. </div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A frase que abre este <i>post</i> foi tomada do primeiro capítulo do livro de <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Carl_Sagan" target="_blank">Carl Sagan</a>: <i><a href="http://www.e-reading-lib.org/bookreader.php/148582/The_Demon-Haunted_World_:_Science_as_a_candle_in_the_dark.pdf" target="_blank">O Mundo assombrado por seus Demônios</a></i>. O título do <i>post</i> também faz referência ao título do livro. O livro caiu nas minhas mãos uns dias atrás, embora o conheço desde que foi publicado, pouco antes da morte do genial astrônomo e divulgador científico, criador da série para TV, <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Cosmos:_A_Personal_Voyage" target="_blank">Cosmos</a>. <i>O mundo assombrado por seu demônios</i> foi publicado em 1995, e Sagan faleceu em 20 de dezembro de 1996. A leitura do livro me passa a impressão de estar impregnado de uma sorte de pessimismo de alguém próximo da morte. Mas não estou seguro disto.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com exceção de alguns capítulos postados na Internet, não li o livro antes. O primeiro capítulo me impressionou porque encontrei nas palavras dele minhas palavras. Que tipo de plágio involuntario pude ter feito? Cómo pude chegar nas mesmas conclusões sem tê-lo lido nunca? <i>A coisa mais preciosa</i> se chama o primeiro capítulo e nele expõe a modo de introdução sua fê na ciência. Uso a palavra <b>fê</b> de propósito, porque efetivamente, em última instância, tem algo de espiritual atrás de cada cientista. E aí Sagan me leva indagar a origem da palavra <i>espírito:</i> em latim <b>spiritus</b> indicava o álito, a respiração. Talvez porque é invisível e provem de nosso interior, os romanos o relacionaram com o mais subjetivo do ser humano. Então, o espiritual está ligado ao material desde a mesma origem da palavra que lhe deu existência. </div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A pergunta que norteia o livro de Sagan é <i>por qué tantas pessoas são levadas por um relato fantástico da realidade que não tem nenhum fundamento?</i> Essa foi também a pergunta que me fiz uns anos atrás, que estendi a: <i>por qué tantas pessoas se desanimam pensando que nosso mundo está assombrado?</i> Essa preocupação me levou a escrever um livro: <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/Book/HoraUltima_p.pdf" target="_blank"><i>2012: A Hora Última</i></a>. Sagan cita a Edmund Way Teale que diz:</div>
<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq">
<div>
Moralmente é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.</div>
</blockquote>
</div>
<div style="text-align: justify;">
Aquele que, questionado de que uma pseudo-terapia não tem base científica alguma, responde que o importante é que é efetiva para curar, está cometendo a conduta moralmente condenável da que fala Teale. Diz Sagan:</div>
<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq">
É desanimador descobrir a corrupção e a incompetência governamentais, por exemplo, mas será melhor <i>não</i> saber a respeito? A que interesses a ignorância serve? Se nós, humanos, temos uma propensão hereditária a odiar os estranhos, o único antídoto não é o autoconhecimento? Se ansiamos por acreditar que as estrelas se levantam e se põem para nós, que somos a razão da existência do Universo, a ciência nos presta um desserviço esvaziando nossa presunção?</blockquote>
</div>
A ciência nos liberta, diz Sagan, talvez é triste, mas não tem remédio <br />
<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq">
Descobrir que o Universo tem cerca de 8 a 15 bilhões de anos, em vez de 6 a 12 mil, aumenta a nossa apreciação de sua estensão e grandiosidade; nutrir a noção de que somos uma combinação especialmente complexa de átomos, em vez de um sopro de divindade, pelo menos intensifica o nosso respeito pelos átomos; descobrir como agora parece provável, que o nosso planeta é um dentre bilhões de outros mundos na Vía Láctea, e que nossa galáxia é uma dentre bilhões de outras, expande majestuosamente a arena do qué é possível; saber que os nossos antepassados eram também os ancestrais dos macacos nos une ao restante da vida e torna possíveis reflexões importantes - ainda que por vezes tristes - sobre a natureza humana. </blockquote>
</div>
Mas no final afirma que<br />
<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq">
Evidentemente,não há retorno possível. Querendo ou não, estamos presos à ciência. O melhor é tirar o máximo proveito da situação. Quando chegarmos a compreende-la e reconhecermos plenamente a sua beleza e o seu poder, veremos que, tanto nas questões espirituais quanto nas práticas, fizemos um negócio muito vantajoso para nós.</blockquote>
</div>
<div style="text-align: justify;">
O mais importante da ciência, no entanto, não são seus descobrimentos, sempre sujeitos à alterações em razão de outros novos, mas o <i>método</i>, o caminho que nos conduz, as vezes tateando e a cegas, as vezes em círculos, mas que é sempre conseqüênte consigo mesmo e obediente com a Natureza, fim e objeto dos seus desvelos. Em palavras de Sagan:</div>
<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq">
É um desafio supremo para o divulgador da ciência deixar bem clara a história real e tortuosa das grandes descobertas, bem como os equívocos e, por vezes, a recusa obstinada de seus profissionais a tomar outro caminho. Muitos textos escolares, talvez a maioria dos livros didáticos científicos, são levianos nesse ponto. É muitíssimo mais fácil apresentar de modo atraente a sabedoria destilada durante séculos de interrogação paciente e coletiva da Natureza do que detalhar o confuso mecanismo da destilação. O método da ciência, por mais enfadonho e ranzinza que pareça, é muito mais importante do que as descobertas dela. </blockquote>
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Sagan morreu antes que as profecias milenaristas se propagaram mundialmente, embora as intuia. Seu livro foi escrito com o intuito de diminuir o desvelo de tantas pessoas aterrorizadas, <i>assombradas</i>, por falsas afirmações. A pouco mais de 15 anos de sua morte, depois de ter pressenciado os falsos <i>apocalípses</i> de 2000 e 2012, parece que sua palavra foi em vão. A ciência se mostra longe dos leigos que antigamente temiam os mostros marinhos e os vértices de uma Terra plana, e hoje se espantam com catástrofes impossíveis: continentes deslizando como gigantescos Titanics, o campo geomagnético enlouquecido alterando a psíque das pessoas, raios mortíferos provenientes do Centro Galático, e gigantescas labaredas solares a incinerar toda a vida na superfécie terrestre. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Mas, quem sabe, nem todo está perdido. <i>O mundo assombrado pelos demônios</i> tem um subtítulo na versão inglesa: <i>a ciência vista como uma vela no escuro.</i> Enquanto essa vela continue acessa, há esperança.</div>
Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-20678494458705383142012-12-15T19:41:00.001-02:002014-01-15T14:36:56.884-02:0021 de dezembro de 2012: a uma semana do fim<div style="text-align: justify;">
E aqui estamos nós. A menos de uma semana de uma magna data. Aquela marcada para ser o Fim do Mundo. Um <i>novo</i> Fim. Em diferentes sítios de Internet, relógios mostram quantos dias, horas, minutos e segundos faltam para a hora <b>H</b>, como este <a href="http://www.december212012.com/CDC.htm" target="_blank"><i>sítio oficial</i> do 21 de dezembro de 2012</a>, onde também podem ver um vídeo do entediante anúncio do <i>guia de sobreviventes</i> para os meses de desastres que estão por vir.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<b>Neste momento, enquanto escrevo estas linhas, restam apenas 5 dias e 14 horas</b>.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Como já comentei no sítio dedicado às profecias de 2012: <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/index_p.html" target="_blank">A Hora Última</a>, desde que tomei contato com esta teoria fiquei fascinado. Fascinado por sua propagação mundial. Por qué este <i>Apocalipse</i> tem mais chegada que outros anteriores? É porque tem a ver com os maias, <i><a href="http://ahoraultima.blogspot.com.br/2009/08/os-maias-nao-morreram.html" target="_blank">povo extinto</a>?</i> Hollywood nos entregou, com seu filme <a href="http://www.imdb.com/title/tt1190080/" target="_blank">2012,</a> uma descrição luxuosa em detalhes, barroca no estilo e absurda nos conteúdos do que irá nos acontecer em... menos de 7 dias. Supostos meios de divulgação científica, como o <b>Discovery Channel, </b>aportaram sua dose de confusão <a href="http://ahoraultima.blogspot.com.br/2012/02/2012-no-discovery-channel-perda-da.html">criando documentários extravagantes e sesgados</a>, longe dos afazeres e as preocupações dos cientistas de carne e osso que cada dia se desdobram para arrancar da austera natureza uma mínima amostra de conhecimento. <a href="http://ahoraultima.blogspot.com.br/2012/02/glofecias-2012-o-cambalache-global.html">Também a TV local fez seu aporte.</a> As mesas das livrarias inundaram-se de textos vários que contam de formas diferentes o signficado <i>profundo</i> desta época. Todos eles dizem que haverá<i> sinais externas</i>, fenômenos que objetivamente todos poderemos observar, que nos indicarão o fim das épocas.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<b>E eu, declarado atéu dos Apocalipses</b>, dediquei tempo e esforço para desmontar esta <b>intriga criada por autores norte-americanos, </b>que uns 30 anos atrás encontraram fracos argumentos a favor de uma teoria desmesurada. Foquei nos <i>sinais</i>, os fenômenos objetivos. Tanto nas páginas do sítio Web que criei especialemente, como neste <i>blog</i> mais dinâmico, analisei àqueles que parecem mais significativos. Meu veredicto é que no há motivo nenhum de preocupação.</div>
<br />
<u><b>Recapitulando</b></u><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
O argumento fundamental é o suposto fim de um ciclo calendárico maia antigo, a <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/CalendarioMaya.html#CuentaLarga" target="_blank">Contagem Longa</a>, quando chegue o dia 13.0.0.0.0 desse calendário. Na verdade não é completamente seguro que a Contagem Longa seja periódica. Nos códices maias, escritos durante o período <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/LosMayas.html#historia" target="_blank"><i>pósclássico</i></a> (depois do ano 1100), aparecem datas que ultrapassam este número. Mais importante ainda, recentemente foram descobertas inscrições num templo, datadas na época <i>preclássica</i> (entre os anos de 2000 AC e 250 DC), quando o calendário era criado, que <a href="http://lahoraultima.blogspot.com.br/2012/05/la-mas-antigua-tabla-astronomica-maya.html" target="_blank"><b>apresentam a data 17.0.1.3.0 muito posterior ao 13.0.0.0.0</b></a>. Os maias abandonaram a Contagem Longa durante o período posclássico, talvez até perderam interesse nela. Quando os espahnois aportaram em suas terras, no ano de 1524, o sistema já não era mais usado: como poderíamos nos informar então?</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Mas, ainda se acreditássemos que efetivamente o calendário recomeça o dia maia 13.0.0.0.0, como saber a qual data de <i>nosso calendário</i> (o gregoriano) corresponde? <b>Os calendários maias não têm qualquer base astronômica.</b> A sincronização entre ambos os sistemas de contar datas é muito complexa e sujeita a erros. Eu juntei, na tabela abaixo, algumas das datas prováveis para o dia 13.0.0.0.0. Na primeira coluna aparece o autor do trabalho, na segunda o número usado para correlacionar os calendários, na terceira aparece o dia gregoriano correspondente à origem do calendário maia (0.0.0.0.0) e na última temos a data gregoriana do suposto fim (e recomeço) do calendário maia. A linha com fundo cinza, ressalta o valor que os autores <i>norte-americanos das profecias maias</i> consideram quando afirmam que estamos nas vésperas de um câmbio universal. Note-se no entanto, que essa data corresponderia ao 23 de dezembro e não ao 21 como é proclamado. De resto, vemos que o Fim da Contagem Longa poderia ter acontecido em 1734 ou poderá vir a ocorrer em 2532. </div>
<br />
<table border="0" rules="rows">
<colgroup><col width="100"></col><col width="80"></col><col width="150"></col><col width="150"></col>
</colgroup><tbody>
<tr><td align="center" bgcolor="cyan"><b>Autor</b></td><td align="center" bgcolor="cyan"><b>Valor </b></td><td align="center" bgcolor="cyan"><b>0.0.0.0.0</b></td><td align="center" bgcolor="cyan"><b>13.0.0.0.0
</b></td></tr>
<tr align="center"><td align="left">Smiley</td><td>482699</td><td>26 Jun 3392 AC</td><td>5 Nov 1734
</td></tr>
<tr align="center"><td align="left">Makemson</td><td>489138</td><td>11 Fev 3374 AC</td><td>22 Jun 1752
</td></tr>
<tr><td align="left">Spinden</td><td align="center">489384</td><td align="center">15 Out 3374 AC</td><td align="center">23 Fev 1753
</td></tr>
<tr align="center" bgcolor="#E0E0E0"><td align="left">GMT<sup>*</sup></td><td>584285</td><td>13 Ago 3114 AC</td><td>23 Dez 2012
</td></tr>
<tr><td align="left">Böhm </td><td align="center">622261 </td><td align="center">4 Ago 3010 AC</td><td align="center">14 Dez 2116
</td></tr>
<tr><td align="left">Kreichgauer</td><td align="center">626927</td><td align="center">14 Mai 2997 AC </td><td align="center">23 Set 2129
</td></tr>
<tr><td align="left">Wells, Fuls</td><td align="center">660208</td><td align="center">27 Jun 2906 AC </td><td align="center">6 Nov 2220
</td></tr>
<tr align="center"><td align="left">Hochleitner</td><td>674625</td><td>22 Dez 2868 AC </td><td>3 Mai 2259
</td></tr>
<tr align="center"><td align="left">Escalona Ramos</td><td>679108</td><td>27 Mar 2874 AC</td><td>5 Ago 2272
</td></tr>
<tr align="center"><td align="left">Weitzel</td><td>774078</td><td>3 Abr 2594 AC</td><td>12 Ago 2532
</td></tr>
<tr><td colspan="4"><span style="font-size: x-small;">*GMT significa Goodman, Martínez e Thompson<span style="font-size: x-small;">. </span>Outro valor fre<span style="font-size: x-small;">q</span>uentemente citado de GMT <span style="font-size: x-small;">é</span> 584283. Co<span style="font-size: x-small;">m</span> este valor 13.0.0.0.0 <span style="font-size: x-small;">é</span> no 21 de d<span style="font-size: x-small;">ezembro</span> de 2012. </span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<b>Os <i>Sinais</i></b><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Os <i>apocalipses</i> vêm sempre precedidos por sinais. Os <i>deuses</i> (ou o Deus) os enviam para alertar os <i>bons</i> que devem atuar para se proteger. Os <i>sinais</i> nos tempos modernos <i>pretendem ter base científica</i>. E no caso das <i>profecias</i> maias não é diferente. Três são as versões mais conhecidas (na lista adicionamos mais uma) :</div>
<br />
<ol>
<li style="text-align: justify;"> <b>Supertempestade Solar.</b> Sabemos há 150 anos que o Sol tem violentos desprendimentos de matéria e energía que alteram o meio interplanetário onde se encontra a Terra. Sabemos também que as <i>tempestades solares</i> têm sua frequencia e intensidade moduladas pelo chamado <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/Sol.html#ciclo" target="_blank"><i>Ciclo Solar</i></a>, cuja representação mais característica é por meio do <i>índice de manchas</i>. O Ciclo Solar tem uma duração aproximada de 11 anos (mais ou menos 3) e neste momento atravessamos um periodo de aumento da frequência de tempestades solares: é o que denominamos <i>máximo de atividade solar</i>. Sabemos por último, que dada a distância que nos separa de nossa estrela central e a atmosfera e magnetosfera terrestres, os efeitos das tempestades solares são muito pequenos para a vida na Terra, de fato o fenômeno passou despercebido por milhares de anos, e só foi descoberto por acaso usando um telescópio em 1859. Os <i>profetas</i> chegaram a afirmar que este ciclo sería mais intenso que os anteriores e que uma tempestade solar poderia pôr em perigo toda a humanidade, embora sem indicar como. (Também tem autores do âmbito científico que deram voz de alarme, de maneira completamente irresponsável. Ver esta série de posts: <a href="http://ahoraultima.blogspot.com.br/2012/07/riscos-de-uma-supertempestade-solar.html" target="_blank">1</a>, <a href="http://ahoraultima.blogspot.com/2012/07/riscos-de-uma-supertesmpestade-solar-ii.html" target="_blank">2</a> e <a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=6415691040766693924#editor/target=post;postID=384737795149308815;onPublishedMenu=template;onClosedMenu=template;postNum=5;src=postname" target="_blank">3</a>). No entanto estamos monitorando a atividade solar (é, por outra parte, minha especialidade profissional) e muito pelo contrário o Sol mostra sinais de <i>fadiga</i>. Como já fizemos no passado, mostramos na figura abaixo a atividade do sol no passado recente atualizada até o mês de novembro. A curva preta representa o índice de manchas observado, a curva vermelha, a previsão a futuro. Como pode-se ver, o índice é hoje metade do que era durante o anterior pico da atividade. E a tendência é seguir assim. Aliás, a atividade dos últimos 15 días foi muito esparsa, então esperamos que para o dia 21 de dezembro não haja muitas novidades.</li>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGGXt_GQc1TdMSdvQ3i4xb-M3lFz65JtXfX8ni7FfORllb_i3EufXnu5WYPfFnr0_JXDnO_LGjg51U92IB_mtJ3exP1Ftvl0KYChHwN0iPH5lB5k08oLW91lF3wZ3cLD54VwvQJZ2ft_c/s1600/sunspot_20121209.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGGXt_GQc1TdMSdvQ3i4xb-M3lFz65JtXfX8ni7FfORllb_i3EufXnu5WYPfFnr0_JXDnO_LGjg51U92IB_mtJ3exP1Ftvl0KYChHwN0iPH5lB5k08oLW91lF3wZ3cLD54VwvQJZ2ft_c/s320/sunspot_20121209.gif" height="244" width="320" /></a></div>
<li style="text-align: justify;"><b>Inversão do Campo Magnético Terrestre.</b> Este fenômeno natural, que já aconteceu muitas vezes no passado, suscita também a preocupação dos <i>profetas</i> que afirmam que será um sinal mais, e que virá acompanhado por crises mundiais, <i>sociais e econômicas</i>. No entanto <b>não há razão para supôr que a inversão acontecerá nos próximos dias</b>. O processo, que talvez já começou, leva milhares de anos para se completar, o último aconteceu há quase um milhão de anos. As escalas temporais geológicas são longas. Mesmo se o campo se inverter dentro de pouco tempo, não é muito lógico pensar que irão acontecer desastres. Ao final de contas já aconteceu centenas de vezes no passado e tanto a vida em geral, como o homem em particular sobreviveram. <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/Geomagnetismo.html" target="_blank">Mais informações aqui</a> e <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/Profecias.html#Inversion" target="_blank">aqui</a>.</li>
<li style="text-align: justify;"><b>Alinhamento Galático.</b> Diz a<i> profecia</i> que o Sol e o centro galático ficarão numa linha reta um com o outro, que esse dia será o 21 de dezembro, data do solstício, e que então poderosos jatos emanados do Centro Galático atingirão a Terra. Dizem também que esta coincidência só acontece a cada 26.000 anos por culpa da <i>precessão dos equinócios. </i> <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/Profecias.html#alineameinto" target="_blank">Mostramos que não há qualquer alinhamento previsto para a data, nem para os 200 anos entre 1900 e 2100.</a> Também escrevemos, que não há nenhum jato galático que possa nos afetar. </li>
<li style="text-align: justify;"><b>Asteróide.</b> Menos citado, sempre aparece a suposta existência de um asteróide em direção da Terra. A menos de uma semana, se com todos os telescópios que observam o céu em busca de asteróides <i>assassinos</i> aínda não foi detectado é porque deve estar por trás de Júpiter e assim apenas nos poderia fazer algum dano dentro de muitos anos. À presente, apenas dois asteróides escapam da clasificação 0 (nenhum perigo) da <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Torino_Scale" target="_blank">Escala de Torino</a>, para 1 (risco baixo) e as datas previstas de aproximação da Terra são entre 2040 e 2057. <a href="http://neo.jpl.nasa.gov/risk/" target="_blank">A Tabela completa está neste link</a>. </li>
</ol>
<div style="text-align: justify;">
Se devemos nos basear nestes <i>sinais</i> para acreditar na proximidade de uma catástrofe, não vamos ser convencidos. Muito próximos da data, seguimos sem ver nenhum deles. Por esse motivo não nos cabe a menor sombra de dúvida ao dizer que o curso da história da humanidade continuará muito além do 21 de dezembro de 2012, com suas misérias e grandezas. Também não temos dúvida que <i>novos profetas</i> já estão escrevendo sobre os <i>próximos</i> apocalipses que também nunca irão a acontecer. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Nos propusemos desde o início de nosso trabalho, que este blog leve uma voz otimista com a visão científica. E assim continuaremos.<b><br /></b></div>
<br />
<b>Porque nossa Última Hora ainda não chegou.</b>Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-62922181187622149412012-12-05T01:00:00.000-02:002020-06-03T19:35:29.839-03:00Alinhamento Planetário sobre as Grandes Pirâmides Egipcias<div style="text-align: justify;">
Nas redes sociais circula uma foto que fala de um alinhamento planetário, uma estranha disposição de Saturno, Vênus e Mercúrio que, quando fotografado próximo das grandes pirâmides de Guiza,<a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Necr%C3%B3polis_de_Guiza" target="_blank"> (Keops, Kefrén e Micerino, ou em seus nomes egípcios Jufu, Jafra e Menkaura)</a> aparecem justo acima de cada uma das construções. A foto em questão tem o seguinte comentário: <i>Alinhamento planetário sobre Guiza. Acontece unicamente a cada 2.737 anos.</i> Abaixo a foto. </div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7cuesoUtdroEnL34oj5w4yNUnSP3WrJ5NkqogvyNT9gD-qyybbcsjdZek-8IDSDKbGe44E9JzHF5FsR2Q2sH05wKHbhPo8w4tLykPefWTqZiMaDcavSSni_7A2kHqUe4WdQMBcjj07cI/s1600/giza_alignment.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7cuesoUtdroEnL34oj5w4yNUnSP3WrJ5NkqogvyNT9gD-qyybbcsjdZek-8IDSDKbGe44E9JzHF5FsR2Q2sH05wKHbhPo8w4tLykPefWTqZiMaDcavSSni_7A2kHqUe4WdQMBcjj07cI/s320/giza_alignment.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pirâmides de Micerino, Kefrén e Keops (de esquerda para direita). Acima delas as três estrelas, supostamente Mercúrio, Vênus e Saturno numa estranha conjunção.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Obviamente que esta <i>conjunção</i> foi relacionada com as <i>profecias</i> maias (estranho que não falaram que o ciclo é de 5128 anos, o uma <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/espanol/CalendarioMaya.html#CuentaLarga" target="_blank"><i>Contagem Longa</i></a> maia). A verdade é que a foto parece muito falsa, mesmo assim decidi verificar a informação. Em primeiro lugar temos que ver a orientação da foto. O diagrama abaixo mostra a disposição das pirâmides mais famosas da antiguidade egípcia.</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPtGEivVnr4-zJm33j10RBSNb2Jglrpg5nEd2s9ubJggn6bOjjCAIZzm4jRIBNO5bQBvQxjNGdTDrsXRvaphxIobrtOCcKx5-pGfdzDucV81a_6AodzIo2ChnJnpZiJWmCQgLW3zBJgFw/s1600/613px-Giza_pyramid_complex_(multilingual_map).svg.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="312" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPtGEivVnr4-zJm33j10RBSNb2Jglrpg5nEd2s9ubJggn6bOjjCAIZzm4jRIBNO5bQBvQxjNGdTDrsXRvaphxIobrtOCcKx5-pGfdzDucV81a_6AodzIo2ChnJnpZiJWmCQgLW3zBJgFw/s320/613px-Giza_pyramid_complex_(multilingual_map).svg.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Diagrama das grandes pirâmides de Guiza, com os nomes acima. Fonte <a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Necr%C3%B3polis_de_Guiza" target="_blank">Wikipedia, </a>acesso em 04/12/2012.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Comparando com a foto, o diagrama mostra que foi tomada desde o Sul, olhando em direção Leste, ou seja, direção Norte-Leste. O segundo passo é verificar a posição relativa dos planetas. A conjunção é real, Saturno, Vênus e Mercúrio estão muito juntos, e aínda próximos do Sol. Justamente, por estarem tão perto do Sol, podem ser vistos unicamente antes do amanhecer, ou seja, olhando em direção Sul-Leste e não Norte-Leste. Além do mais, a posição relativa dos planetas é muito mais vertical. O diagrama abaixo representa o céu sobre Guiza em 5 de dezembro de 2012 as 6:34 da manhã (hora local) obtido usando o programa gratuito<a href="http://edu.kde.org/kstars/" target="_blank"> kstars</a>. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5uXFYW1407AluPXzLJjhh5Cp7xr5rVHZl9xM1WRqxJtdIZtmVhb-TmxrShIevVbLrXs02766ZZELiCtQZY8Ch_HNmMxdwsPvkmjTwqB2XsIeexqfnPWXwZ7HwMdJEg0qByO28XEqI3yM/s1600/giza-flase-alignment.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="355" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5uXFYW1407AluPXzLJjhh5Cp7xr5rVHZl9xM1WRqxJtdIZtmVhb-TmxrShIevVbLrXs02766ZZELiCtQZY8Ch_HNmMxdwsPvkmjTwqB2XsIeexqfnPWXwZ7HwMdJEg0qByO28XEqI3yM/s400/giza-flase-alignment.png" width="400" /> </a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A linha verde representa o horizonte, SE indica a direção Sul Leste, o que fica debaixo não pode ser visto ainda. Quase no centro, abaixo da linha verde, o pequeno círculo amarelo é o Sol (Sun), indicando que está por amanhecer, o céu deveria estar mais claro que na foto. Por cima do horizonte, em letras amarelas, vemos os nomes dos três planetas (Mercury, Venus, Saturn) ao lado de pontos brilhantes. A mancha cinzenta representa a Via Láctea e vemos também as linhas ligando estrelas que representam as constelações. Fica claro deste esquema, que a posição mostrada na suposta foto do alinhamento é completamente falsa. Poderiamos também analisar as posições relativas das estrelas para ver a qué distância das pirámides nos deveriamos colocar para ver a coincidência de um planeta sobre cada pirâmide, mas acredito que os elementos até aqui apresentados já mostram a falsidade da foto. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Que a suposta repetição deste <i>estranho</i> fenômeno (2737 anos) é pura invenção fica fora de questão. Sabendo que Saturno, o planeta mais <i>lento</i> dos três, tem um periodo orbital de 30 anos, podemos supor que suas conjunções com Vênus, que tem um periodo orbital de 224 dias, e Mercúrio, que orbita em torno do Sol a cada 88 dias, aconteçem a cada 30 anos aproximadamente. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
A foto da <i>conjunção,</i> além de pouca qualidade fotográfica demonstra pouca investigação, porque não custa muito buscar uma foto das pirâmides em direção Leste olhando para o Sul e superpor os planetas na posição em que se encontram realmente. Muito trabalho para uma questão tão efêmera. Tão efêmera como as ideias que intenta difundir. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
É bem provável que a teoria da conjunção <i>única</i> continue. Por exemplo, em 12 de janeiro de 2013, depois de sobreviver ao <i>Apocalipse</i> veremos, como no diagrama da figura abaixo, que Vênus, Plutão, Mercúrio, o Sol e a Lua estarão bem próximos. Saturno estará afastado do resto (acima a direita na figura) e Marte estará entrando baixo a esquerda. Não causará muita impressão, no entanto, porque o Sol ofuscará os demais objetos. Talvez esta conjunção seja merecedora do rótulo de <i>única em 10.000 anos</i>. Quem sabe venham nos contar que a última vez que foi vista construían as pirâmides... Ou qualquer outra coisa, porque nesta época de propagação instantânea das ideias, a <i>incontinência do enter</i> vence qualquer reflexão. </div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIVyRNEuJjEo3_0eA5vI9DZn3ykKUPHa1O4jEDPwvRgaFrTnNshZ5dAKaqPvsjPr8qnT9k4bI837HikDZS7zQo2feTxncOKf9-3ECJt0Gk9ZkXrs6lA2C4jaTLA8KxcI2noMxVog-QpJ8/s1600/giza-full-alignment.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="372" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIVyRNEuJjEo3_0eA5vI9DZn3ykKUPHa1O4jEDPwvRgaFrTnNshZ5dAKaqPvsjPr8qnT9k4bI837HikDZS7zQo2feTxncOKf9-3ECJt0Gk9ZkXrs6lA2C4jaTLA8KxcI2noMxVog-QpJ8/s640/giza-full-alignment.png" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Esquema que representa o céu as 8:34 do sábado 12 de janeiro de 2013 em Guiza olhando em direção Sul Leste.</td></tr>
</tbody></table>
Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-71005683712961263872012-10-18T23:14:00.000-03:002012-10-18T23:33:39.026-03:00A moderada atividade solar<div style="text-align: justify;">
A pouco mais de dois meses do dia em que <i>profecias</i> afirmam que as explosões solares provocarão blecautes de energia globais com duração de meses, danificando os circuitos elétricos dos satélites de comunicação e posicionamento, induzindo acidentes de aviação e acabando com o sistema bancário mundial. A nove semanas, ou mais precisamente 57 dias da data em que se aguarda o <i>Fim dos Tempos</i>, o maior responsável pelo caos final, nossa estrela central, o <b>Sol</b>, não parece estar por dentro destas ideias. Muito pelo contrário seu comportamento é bem moderado, aquém das previsões dos físicos solares, que não eram nada alarmistas.</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPyxezu7FDgtatIZh4UUWVh_VCs3vzUTgrWndELIrguHjleD0vRDLJ5iwj0FsEHul83uJnmyFUwpZiWZsJ0g7kAVs__peXl8Y7wpt4LxtIulkWYNv5Ca2qD50oZHLUMBr4OoR4hLmBF46A/s1600/sunspot_20121018.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="305" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPyxezu7FDgtatIZh4UUWVh_VCs3vzUTgrWndELIrguHjleD0vRDLJ5iwj0FsEHul83uJnmyFUwpZiWZsJ0g7kAVs__peXl8Y7wpt4LxtIulkWYNv5Ca2qD50oZHLUMBr4OoR4hLmBF46A/s400/sunspot_20121018.gif" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Gráfico da atividade solar. Fonte: <a href="http://www.swpc.noaa.gov/Data/index.html" target="_blank">Space Weather Prediction Center</a></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
O gráfico acima mostra a evolução do ciclo solar. No eixo das abscissas (horizontal) os números indicam os anos. No eixo das ordenadas (vertical) o <b>índice de manchas</b>: quanto maior esse número o Sol está mais ativo e provoca mais explosões, ejeções de massa, etc. Cada pontinho preto representa a média do índice durante um mês calendário. O último pontinho da direita é a média do mês de setembro 2012. A curva azul é uma <i>média corrida</i> para suavizar as variações rápidas e ver tendências em escalas temporais maiores. A curva vermelha é a previsão feita por um grupo de estudosos do Sol em base a modelos e ao histórico da atividade nos últimos anos. Como pode se apreciar do gráfico, a atividade presente nem atinge o <i>depreciado</i> nível previsto pela curva vermelha.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O sol não quer sair de sua letargia. Acredito que teremos um <i>verão solar</i> muito <i>frio. </i></div>
<br />
<br />Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-62542596300582263782012-08-22T23:29:00.001-03:002012-08-22T23:29:30.041-03:00Apocalypse Not<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdVSC1mlAZM3Ad3-8UOneYctx1JzRtSRzMLOKPKpwfw9e06IcynR2iMf4hJolbTR2ftcD4ZWl8WDTS1y5Pei3wsuRgP3xon6ivLLvwHfX8VLMW-bsh3QPVV_fqzh0-xFtD0KNSmHIIRu8/s1600/ApocalypseNot.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="303" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdVSC1mlAZM3Ad3-8UOneYctx1JzRtSRzMLOKPKpwfw9e06IcynR2iMf4hJolbTR2ftcD4ZWl8WDTS1y5Pei3wsuRgP3xon6ivLLvwHfX8VLMW-bsh3QPVV_fqzh0-xFtD0KNSmHIIRu8/s400/ApocalypseNot.jpg" width="400" /></a>Eu já disse muitas vezes que não gosto de Apocalipses. E a consequência de este meu ceticismo é que me levou a escrever este Blog. Escrevi sobre os <i>novos</i> Apocalipses, sobre os maias, mas também sobre aqueles originados nos âmbitos acadêmicos: <a href="http://ahoraultima.blogspot.com.br/2009/12/apocalipse-2009.html" target="_blank">A Mudança Climática</a>, ou o <a href="http://ahoraultima.blogspot.com.br/2012/08/riscos-de-uma-supertempestade-solar-iii.html" target="_blank"><i>Blecaute</i> Global e Derradeiro</a>. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
A revista <i>Wired</i> publica um interessante artigo de Matt Ridley onde expõe a sua maneira estas ideias que defendo aqui. Para aqueles que se atrevam com o inglês, <i>voilà</i> o link: <i><b><a href="http://www.wired.com/wiredscience/2012/08/ff_apocalypsenot/all/" target="_blank">Apocalypse Not</a>.</b></i> Na visão de Ridley os clássicos quatro <i>cavaleiros</i> <i>do Apocalipse</i>, hoje em dia estão representados pelas substâncias químicas, as doenças, a população e os recursos naturais. A cada um deles dedica uma seção e mostra como as piores profecias realizadas pelos mais respetados cientistas de sua época, não chegaram nunca nem sequer a comprometer a vida humana na Terra.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<b><i>Apocalypse Not </i></b>é também uma expressão idiomática que brinca com o título do famoso filme de Coppola, <a href="http://www.imdb.com/title/tt0078788/" target="_blank">Apocalypse Now</a>. E o artigo de Ridley, apesar de me fazer sentir acompanhado, aumenta minha curiosidade por entender o mecanismo que dispara a obsessão por imaginar nossos próprios finais. </div>
<br />
Até o próximo Apocalipse. <br />
<br />
<br />Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-62185801570774598082012-08-11T00:35:00.001-03:002012-08-23T10:12:35.358-03:00Atividade Solar em Julho<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9YoXrICez-krUoc9HuzSP8xibydHnPq6qexFQ5Rj0vk29QkKH2ruVT-VAI6yPLyNa6fpdSn4fuFTO722x9VGqA3GliFyZwEeFotMFNABh9CMK1K2pfUJYZDkS08TRlrBHLx82BRCNuaY/s1600/sunspot_20120811.gif" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="305" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9YoXrICez-krUoc9HuzSP8xibydHnPq6qexFQ5Rj0vk29QkKH2ruVT-VAI6yPLyNa6fpdSn4fuFTO722x9VGqA3GliFyZwEeFotMFNABh9CMK1K2pfUJYZDkS08TRlrBHLx82BRCNuaY/s400/sunspot_20120811.gif" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Figura tomada de http://www.swpc.noaa.gov/SolarCycle/ <br />
em 11/08/2012.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Como todos já savem, o <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/Sol.html#ciclo" target="_blank">ciclo solar</a> está chegando a seu máximo. Junto con ele vieram desta vez as profecias apocalípticas: <a href="http://ahoraultima.blogspot.com.br/2012/01/as-7-profecias-maias-i-o-aumento-da.html" target="_blank">as baseadas na interpretação do calendário maia</a> e as que <a href="http://ahoraultima.blogspot.com.br/2012/08/riscos-de-uma-supertempestade-solar-iii.html" target="_blank">fundamentam-se em estudos geomagnéticos</a>. Ambas brigam abertamente por imaginar os cenários mais assustadores. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O certo é que enquanto nossos profetas escrevem seus apocalipses, a Natureza encarrega-se por desmentr. A figura mostra a situação atual da atividade solar. Os círculos pretos unidos por traços indicam o valor médio do índice de manchas do mês, a curva azul é uma média que suaviza as variações e a curva vermelha é a previsão a futuro, os números no eixo horizontal (abscissas) são os anos a partir de 2000. Depois do pico do mês de outubro do ano passado, a atividade diminuiu, logo aumentou um pouco mas faz vários meses que estabilizou. A menos de um ano do máximo, o Sol segue estando muito calmado. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
A última grande <i>tempestade solar</i> aconteceu em março de 1989, aquele ciclo foi de forma geral muito mais intenso que o atual. Deveriamos esperar que uma <i>supertempestade</i> venha a ocorrer nos próximos meses? Não parece lógico. Enquanto isso os apocalípses terão de buscar uma desculpa para explicar seu erro. </div>
Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-3847377951493088152012-08-08T00:04:00.000-03:002012-08-08T00:04:43.590-03:00Riscos de uma supertempestade solar (III)<div style="text-align: justify;">
No <a href="http://lahoraultima.blogspot.com.br/2012/07/los-riesgos-de-una-supertormenta-solar.html" target="_blank">post anterior</a> falamos das emissões solares geradas durante um evento <i>explosivo</i>, como uma explosão ou uma ejeção de massa coronal. Vamos ver agora as ameaças destas emissões segundo as visões mais pesimistas. </div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhgninPX60lJ1O9QoQjVTtvSh5CgeE71BtDmLBjTX71VbGcbigIjAToqto4pFGNZSVFLubPKPGc-cBpiK2ibKL2XBkwYUzlUwnDTpBSAlFuTKagQhxOQ5AZyV3Lq5H92I8cieC5ok6-eQ/s1600/Aurora.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="216" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhgninPX60lJ1O9QoQjVTtvSh5CgeE71BtDmLBjTX71VbGcbigIjAToqto4pFGNZSVFLubPKPGc-cBpiK2ibKL2XBkwYUzlUwnDTpBSAlFuTKagQhxOQ5AZyV3Lq5H92I8cieC5ok6-eQ/s320/Aurora.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Típica aurora Polar observada em latitudes altas.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIhejB2D9ZKt2a9nUSsOLB3lydFVkz3ApJd6aefwbwlBUxivb0t5V8OT1UleMbSaX2fd6CXSrXzxQBqNLiU9sx_ou0eUqnXmR4hgcLPB4n5gJEF7xr4mtRya-lmo0Xg6PTJJ2qQUfCsRQ/s1600/aurora.png" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIhejB2D9ZKt2a9nUSsOLB3lydFVkz3ApJd6aefwbwlBUxivb0t5V8OT1UleMbSaX2fd6CXSrXzxQBqNLiU9sx_ou0eUqnXmR4hgcLPB4n5gJEF7xr4mtRya-lmo0Xg6PTJJ2qQUfCsRQ/s320/aurora.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Aurora polar avermelhada,
as vezes observada em latitudes menores.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Buscando na literatura encontramos que a origem das ideias mais catastróficas é um único autor: John Kappenman, engenheiro elétrico norte-americano, proprietario da firma <a href="http://www.metatechcorp.com/" target="_blank">Metatech Corporation</a>, que faz consultoría e brinda assistência à linhas de transmissão elétrica em questões de interferência ambiental ou intencional. John Kappenman se dedicou nos últimos 20 anos a estudar os fatores que podem danificar ou desestabilizar a transmissão de corrente elétrica. Em reconhecimento a seu trabalho a <a href="http://www.nationalacademies.org/" target="_blank">National Academy of Sciences,</a> o Congresso e o governo norte-americanos o chamaram para pedir conselho. Em vez destes relatórios em que utiliza uma linguagem técnica e fria, vou me referir aqui a um artigo que publicou na revista <a href="http://spectrum.ieee.org/energy/the-smarter-grid/a-perfect-storm-of-planetary-proportions/" target="_blank">IEEE Spectrum</a>, em fevereiro de 2012. Esta revista, embora dedicada à divulgação técnico científica, pertence à mais prestigiosa associação de engenheria elétrica do mundo, responsável também pela publicação das melhores revistas relacionadas com a transmissão de eletricidade, as telecomunicações e a computação. <b>Não é um <i>tabloide</i></b> lido por milhões de pessoas, pelo contrário é seguida por um pequeno grupo de profissionais com formação universitária. Em suma, é lida por formadores de opinião e gente das mais altas hierarquias empresariais e governamentais. Por isso mesmo me assustou a linguagem utilizada.</div>
<br />
Eu vou a traduzir o primeiro páragrafo deste artigo:<br />
<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-size: x-small;"><i>Linguas luminosas de intensas cores vermelhas, verdes e violetas brilham e pulsam através dos céus do norte e do sul como vastas conflagrações cósmicas. Em minutos, milhões de pessoas estão tuitando, enviando mensagens de texto pelo celular e blogueando sobre a fantástica visão. Mas, repentinamente, o céu torna-se de cor sangue vermelho e a fascinação dá passo ao pânico. </i></span></blockquote>
</div>
Como podemos ver o início presságia as catástrofes que anunciará depois.<br />
<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-size: x-small;"><i>Relacionado com o espetáculo celestial acontecem enormes variações do campo magnético na magnetosfera terrestre, que causam imensos fluxos de corrente elétrica na atmosfera superior sobre a maior parte do planeta. Estas enormes correntes perturbam o campo magnético terrestre normalmente calmo, que por sua vez induzem oscilações de corrente nas redes elétricas e de comunicações entre os continentes. As luzes das ruas piscam até apagar, a eletricidad desaparece. Um </i><i>blecaute planetário está acontecendo deixando vastas regiões de Norte e Sulamérica, Europa, Austrália e Ásia sem energia.</i></span> </blockquote>
</div>
E as coisas vão piorando com o passar do tempo, <br />
<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-size: x-small;"><i>Em poucos meses, a crise se aprofunda. Em muitos lugares a falta de comida crece vertiginosamente, a água potável passa a ser um bem precioso e os pacientes que precisam de transfusões de sange, insulina ou drogras críticas morrem enquanto aguardam. O comércio normal pára, substituido por um mercado negro e o crime violento. Enquanto as fatalidades crescem por milhões, a rede social desaba.</i></span> </blockquote>
</div>
<div style="text-align: justify;">
O qué pode justificar tamanho prólogo apocalíptico? Temos evidências de que algo assim poderia vir acontecer? Segundo Kappenman embora não há evidências observacionais, pode-se especular com esta catástrofe mundial. O fundamento de seus argumentos é a comparação dos efeitos criados pelas maiores tempestades magnéticas registradas nos tempos modernos. </div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibD-ldpcGvJ5J-cFmDhiJIg_7x6H2AWU8w-GrpvTdHTXj5R_jKRDbEVva_spnEPMkjdrv_wMa-IoD3ZpfG9fImWwBaHJysw8GrwaWL6-W97S8kNUx6VnjZzDfzcSNLQzExr6rFsHCLbyc/s1600/Quebec.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibD-ldpcGvJ5J-cFmDhiJIg_7x6H2AWU8w-GrpvTdHTXj5R_jKRDbEVva_spnEPMkjdrv_wMa-IoD3ZpfG9fImWwBaHJysw8GrwaWL6-W97S8kNUx6VnjZzDfzcSNLQzExr6rFsHCLbyc/s320/Quebec.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Danos provocados aos transformadores da Companhia de eletricidade de Quebec durante o blecaute de março de 1989 (Fonte: <i>Severe Space Weather Events</i>, Nat. Ac. Sci., 2008)</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A primeira (na verdade foram mais de uma) aconteceu entre o 28 de agosto e o 4 de setembro de 1859. Em coincidência, Richard Carrington, astrônomo aficcionado inglês, observou em 1 de setembro através de seu telescópio a primeira explosão solar. Não se tratou apenas da maior <i>white light flare</i> (explosão em luz branca) jamais observada, essa semana aconteceram as maiores pertubações do campo magnético terrestre enquanto era observado o céu avermelhado (aurora polar, ver foto acima) até nos trópicos, e as linhas telegráficas chegaram a curtocircuitar, algumas prenderam fogo e em outros casos, tinham corrente elétrica para funcionar com as baterias desligadas. Estes fenômenos foram observados por vários dias. Há muitas testemunhas presenciais embora na prática temos pouca precisão sobre a extensão dos danos. Como argumento é referido o fato de que em 1859 o telégrafo era o meio de comunicação mais avançado da época, o que hoje estaria representado por comunicações satelitais e telefonia móvel.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
A pregunta que se faz Kappenman e acredita ter uma resposta correta é: o qué ocasionaria hoje uma tempestade geomagnética parecida com a de 1859. Para responder parte do caso da tempestade de março de 1989, que deixou sem luz a provincia de Quebec. As correntes geoinduzidas (GICs) pelas partículas que entraram na atmosfera durante a tempestade, sobrecarregaram a rede de alta tensão, o que criou um curtocircuito que se propagou rapidamente a outras redes. O <i>apagão</i> prolongou-se por 9 horas e produziu perdas milhonárias. A maior preocupação de Kappenman é com os transformadores de ultra alta tensão (EHV em inglês) que podem queimar por culpa das GICs, a confecção dos mismos é quase artesanal e portanto sua reparação ou substituição é muito demorada. Se em escala global muitos destes EHV queimaram começãria um problema muito sério: a falta de eletricidade em vastas regiões provocaria graves problemas de alimentação, falta de água potável, carência de transporte e riscos severos na conservação de medicamentos por falta de geladeiras.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Se Kappenman não poupa na descrição apocalíptica inicial é porque ele está convicto que <b>centenas</b> de transformadores poderiam sair de serviço se outro <i>evento Carrington</i> (como são chamados os eventos da semana de 28/8 a 2/9/1859) voltasse a ocorrer. O fator decissivo nos prejuizos induzidos por uma tempestade magnética é a variação do campo magnético. Em março de 1989, mudou entre 400 e 500 nT/minuto (nano teslas por minuto), sendo dos mais importantes das últimas décadas. No entanto, Kappenmann mostra que en 1921 outra tempestade geomagnética teria provocado variaciões de até 5000 nT/minuto e o <i>evento Carrington</i> foi aínda maior. (Como referência, o campo magnético terrestre é em torno de 60.000 nT em média)</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOTGeFyxkJFwA4ISf5V4RaIFKKi2XCqP9CLU4KkbifgNsjLpIr66e-UdkuvYkBhcahaW84ca7Jil7eaTJM3SKH3iUmMbxidevyiZc0EcWqeS53iBhlpi23oYyj0iiMTALp9M09dXSbKC4/s1600/the-road.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOTGeFyxkJFwA4ISf5V4RaIFKKi2XCqP9CLU4KkbifgNsjLpIr66e-UdkuvYkBhcahaW84ca7Jil7eaTJM3SKH3iUmMbxidevyiZc0EcWqeS53iBhlpi23oYyj0iiMTALp9M09dXSbKC4/s400/the-road.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">É este o cenário de catástrofe que melhor descreve as predições de Kapenmann? A sociedade destruida, homens caçando homens. Frio, falta de alimentos, água e medicamentos. <i>The Road</i>, filme de John Hillcoat, estrelado por Vigo Mortensen. </td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Kappenman vai ainda mais longe. Ele especula com que poderiam chegar a <b>acontecer centenas <i>de Fukushimas</i></b>. Como? Para compreender temos que ver como aconteceu o <i>meltdown</i> do reator japonês durante o tsunami de 2011: o terremoto disparou, por prevenção, o desligamento do reator, o tsunami ultrapassou o muro de contenção e a água invadiu a sala onde encontrava-se o gerador elétrico diesel de emergência, e a energia externa cortou quando cairam os postes elétricos por culpa do tremor. Em síntese Fukushima ficou em poucas horas sem nenhum tipo de eletricidade, por esse motivo não podia-se fazer funcionar o circuito primário de arrefecimento, e o reator estava muito quente. No decorrer das horas e dias, o material começou a fundir e houve escape radioativo. Então, se por culpa de uma tempestade geomagnética muitos transformadores EHV ficassem fora de funcionamiento, os reatores deverão ser desligados e passarão a depender do gerador diesel para fazer funcionar a bomba do circuito de arrefecimento. Mas a norma é que os geradores têm combútivel apenas para uma semana. Como o <i>caos</i> vai tomando cada vez mais lugar na cidade, a carência de combustível levará eventualmente a que os reatores fiquem sem nenhum tipo de energia e com o reator ainda quente demais. <i>Em poucas semanas centenas de reatores no mundo todo começariam a fundir...</i></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Todo este <i><a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Pandemonium_%28El_para%C3%ADso_perdido%29" target="_blank">Pandemonium</a></i><a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Pandemonium_%28El_para%C3%ADso_perdido%29" target="_blank">,</a><i> </i>poderia ser evitado facilmente diz Kapenmann, a ideia é isolar nas linhas de transmissão o neutro da terra por meio de um capacitor, o que evitaria que as GICs tivessem onde descarregar. O problema é que as terras estão para evitar curtocircuitos quando a corrente cresce descontroladamente. Nesse caso alguma chave deveria <i>bypassar</i> o capacitor. Esse dispositivo, baseado num tubo de vacúo já foi desenhado pela firma <i>Advanced Fusion Systems</i>, sendo capaz de atuar numa fração do ciclo elétrico (digamos que uns 10 ms) e suportar até 20.000 A de corrente. Só é necessario fazer estas modificações em todas as linhas de alta tensão do mundo a um custo muito menor que os danos projetados en seus catastróficos relatórios. O artigo de Kapenmann termina com uma advertência: <i>Se não fazemos nada, se paramos a esperar que os políticos apreciem os riscos e atúem- podemos pressenciar uma das maiores catástrofes de todos os tempos.</i></div>
<br />
<div style="text-align: left;">
Como já tenho dito em outras oportunidades, não gosto dos apocalípses, qualquer que seja a origem. Kapenmann não apresenta evidência alguma de que este seja mais real que outros já proclamados: sua base é mostrar que tempestades geomagnéticas anteriores foram de maior intensidade que a que afetou Quebec em 1989. Mas não oferece relação empírica ou teórica entre a intensidade das correntes induzidas a partir das variaçõe do campo magnético. Também não fica clara a distribuição destas correntes sobre a superfície terrestre, nem o fluxo necessário para queimar um transformador EHV. Desta forma sua conclusão apocalíptica é, no melhor dos casos, especulativa. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Por enquanto tomei un articulo de divulgação. Em outros <i>posts</i> vou analisar os trabalhos científicos de Kapenmann, no que diz respeito a suas predições catastróficas. </div>Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-45512854506512213932012-07-25T23:37:00.002-03:002012-07-25T23:37:29.966-03:00Riscos de uma Supertesmpestade Solar (II)<div style="text-align: justify;">
Para poder avançar nesta questão devemos primeiro falar dos diferentes tipos de emissões que produze o Sol. Podemos resumi-las em três:</div>
<ol>
<li style="text-align: justify;"><b>Luz,</b> que em sua forma mais geral chamamos <a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Onda_electromagnetica" target="_blank">ondas eletromagnéticas</a> para incluir desde rádio-frequências, infra-vermelho, luz propriamente, ultra violeta e raios X. As rádio-frequências, o infra-vermelho a a luz são capazes en maior ou menor medida de atravessar a atmosfera terrestre e chegar até a superfície, mas como são <i>radiações não ionizantes</i>, não representam nenhum perigo. Já os raios-X e os ultra-violetas, perigosos para a saude, são quase completamente absorvidos na atmosfera. Seus efeitos só são sentidos nas camadas mais altas ou no espaço exterior. Dada sua velocidade, são as primeiras evidência que recebemos de qualquer evento solar.</li>
<li style="text-align: justify;"><b>Partículas carregadas.</b> Pode se tratar de elétrons, prótons e néutrons, ou também de íons. Também são chamadas de <i>raios cósmicos solares</i> ou em inglês, <i>Solar Energetic Particles</i> (SEP). Estas partículas têm uma altíssima velocidade, próxima à da luz. Os raios cósmicos não são capazes em geral de chegar até a superfície terrestre embora podem ser detectados de forma indireta pelos efeitos que provocam. Como têm velocidades próxima à da luz, chegam uns minutos após às ondas. </li>
<li style="text-align: justify;"><b>Ejeções de massa coronal</b>. Conformadas por uma grande quantidade de matéria (trilhões de kg) da atmosfera solar, transportam também campo magnético. Sua velocidade de deslocamento é muito menor, entre 1.000 e 3.000 km/s. A massa solar é muito tênue e incapaz de atravessar a atmosfera terrestre, no entanto seu campo magnético interage com o terrestre provocando efeitos visíveis, como as chamadas auroras polares. Demoram em arribar à Terra entre 1 e 3 dias aproximadamente.</li>
</ol>
<div style="text-align: justify;">
Durante as chamadas <i>tempestades solares</i>, uma ou até as três formas de emissão podem estar presentes. A discusão sobre seus efeitos é o miolo destes artigos. Em princípio podemos resumi-los da seguinte maneira: 1) e 2) afetam só os satélites danificando circuitos eletrônicos, fazendo-lhes perder sua orientação, gerando distúrbios que inibem a conexão com a base na Terra, colocando em risco a saude dos astronautas. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzYUiW4c9UXpgF-uXX22X9YE3R2jVME6AHoZaDu-0pkAb1g60w8iF-aODIQzNbiOBAHs8ywWmE9P8_8CHbXQA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
As ejeções de massa têm um efeito indireto: a interação do campo magnético terrestre com o da ejeção pode provocar o ingresso na baixa atmosfera terrestre de uma gran quantidade de partículas. No vídeo acima pode-se ver uma animação de uma ejeção preparada pela NASA, desde que sai do Sol até que chega na Terra. Perto da Terra, os campos magnéticos entram em contato, as linhas sofrem uma reconfiguração e partículas carregadas que se encontram no espaço saõ aceleradas e entram pelos pôlos, onde o campo magnético é de maior intensidade. São estas partículas as responsáveis de criar as auroras polares. Também podem <i>induzir correntes</i> nas linhas de alta tensão sobrecarregando-as. Na visão de John Kapenmann, um engenheiro elétrico norte-americano e dono d euma firma de consultoria sobre segurança em redes de transmissão, este é o maior perigo que enfrentamos caso una <i>supertempestade </i>solar venha acontecer. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É sobre este tema que vamos falar no próximo post.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-13807027592396235912012-07-15T23:04:00.000-03:002012-07-15T23:04:14.693-03:00Riscos de uma supertempestade solar<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4NVrV5A95uAw_TaOvOnhlr4-NfHUrm-Wesz3QFawK9EqQSq5wNas1UIDP0Sc7Cgaeuyz8AK_w8VHE5jY_p65tmOjp1RFxSJxV-E1g3sQRkIUpvUjnwWsbOc65SczSg5TbXCO8R-XGCHo/s1600/Bigblast304.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4NVrV5A95uAw_TaOvOnhlr4-NfHUrm-Wesz3QFawK9EqQSq5wNas1UIDP0Sc7Cgaeuyz8AK_w8VHE5jY_p65tmOjp1RFxSJxV-E1g3sQRkIUpvUjnwWsbOc65SczSg5TbXCO8R-XGCHo/s320/Bigblast304.png" title="SDO observa una erupción" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td><span>O <a href="http://sdo.gsfc.nasa.gov/data/resources.php">Solar Dynamic Observatory</a> registra a erupção de uma<br />
proeminência em 16 de abril de 2012</span></td></tr>
</tbody></table>
Na medida em que a atividade solar continua aumentando em direção a seu máximo esperado para o trimestre maio-julho 2013, impactantes imágens de <i>temspestades solares</i> saõ publicadas na mídia. Embora a fama solar repete-se a cada um de seus máximos (lembro que o ex-diretor do <a href="http://www.mps.mpg.de/" target="_blank">Instituto Max Planck en Katlenburg-Lindau</a> gostava de mostrar a capa do tabloide alemão <a href="http://www.bild.de/" target="_blank">Bild</a>, com uma foto de uma explosão solar ao lado de um mulher semi-nua), desta vez foi adicionado um elemento que aumenta o seu dramatismo: a mídia alerta para as consequências catastróficas que uma dessas tempestades poderia produzir na Terra. Desde um blackout elétrico generalizado com duração de semanas ou meses, até acidentes aéreos fatais originados na interrupção do serviço de posicionamento brindado pelo GPS. <br />
<br />
Parte destes relatos é encontrado uma e outra vez nas profecias maias de fim de mundo. Por exemplo no livro <a href="http://www.lawrenceejoseph.com/" target="_blank">Apocalypse 2012</a> do jornalista Lawrence Joseph e em documentários dos canais <a href="http://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CFUQFjAA&url=http%3A%2F%2Fdsc.discovery.com%2F&ei=H18DUP6IMMvmmAWE0qjrCQ&usg=AFQjCNGqeHS0H7GUxk5rel3MfTJzFy-dng" target="_blank">Discovery Channel</a> e <a href="http://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&sqi=2&ved=0CEwQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.history.com%2F&ei=M18DUKXJJeLEmQWwmMztCQ&usg=AFQjCNHWc306raDyrGo9f0d0lzleSun_7w" target="_blank">History Channel</a>.<br />
<br />
A primeira vez que ouvi estes relatos apocalípticos parecera-me fora de toda lógica e supus que sua origem poderia estar nos ambientes fatalistas afastados da ciência ou da tecnologia. Posteriormente pude rastrear os fundamentos destas teorias e cheguei até alguns documentos produzidos nos mais nobres centros de pesquisa científica como a <a href="http://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&sqi=2&ved=0CFgQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.nationalacademies.org%2F&ei=M2ADULDCNJGdmQXlgbHrCQ&usg=AFQjCNGNvPGXgO363-UVfRGNrK6bLsJ_hA" target="_blank">National Academy of Sciences</a> dos EUA. Minha perplexidade só aumentou com esta descoberta. Assim que antes de continuar escrevendo sobre a questão acometi contra os informes que dão base a tamanha pavura. Numa série de <i>posts</i> vou-me a referir a eles, além de outros documentos, que relativizam o cenário de destrução massiva. Não vão ser artigos fáceis nem curtos, intentarei ser rigoroso e crítico ao mesmo tempo. Posso no entanto adiantar meu pensamento: as conclusões catastróficas derivadas destes informes estão exageradas e baseiam-se em incontáveis condicionais. <i> </i><br />
<br />
<i>Stay in touch.</i>Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-44324720452209005932012-05-26T20:16:00.001-03:002012-05-26T20:16:08.278-03:00A mais antiga tabela astronômica maia<div style="text-align: justify;">
As ruinas de Xultun, Guatemala, foram descobertas em 1915, e embora começaram a ser estudadas arqueologicamente em 1920, ficaram abandonadas à depredação dos <i>caçaadores de tesouros</i>. Foi por <i>graça</i> destes piratas que em 2010 decobriu-se a entrada a uma abóbada rica em paredes ornamentadas com pinturas. Umas semanas atrás os resultados preliminares da pesquisa apareceram publicados na revista <a href="http://www.sciencemag.org/" target="_blank">Science</a>: <i>Ancient Maya Astronomical Tables from Xultun, Guatemala</i>, de W. Saturno, D. Stuart, A. Aveni y F.Rossi (<i>Science</i> <b>336</b>, 714, 2012). A abobada é datada <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/LosMayas.html#historia" target="_blank">no período clássico maia</a>. Em uma de suas paredes (a leste) podem ser vistos números maias, no <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/CalendarioMaya.html#CuentaLarga" target="_blank">formato de pontos e linhas</a>. Apesar que o tempo apagou alguns hieróglifos, o grupo de arqueólogos, entre os quais se encontra Anthony Aveni, célebre investigador da cultura astronômica maia e autor do livro <i>Observadores del cielo en el México antiguo </i>(Ed. Fondo de Cultura Económico), acredita ser posível determinar sem muito erro algumas sequências formadas. Uma das conclusões do grupo de autores é que os números representam intervalos de dias, relacionados com lunações, de uma forma que lembra o <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/LosMayas.html#intro" target="_blank">Códice de Dresde</a> escrito durante o <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/LosMayas.html#historia" target="_blank">período pos-clássico</a> (pelo menos 500 anos depois destas pinturas). Em outra parede há quatro colunas de 5 números de pontos e linhas escritos verticalmente, cada coluna posui um <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/CalendarioMaya.html#Tzolkin" target="_blank">tzol'kin</a> de cabeçalho, embora estes não foram descifrados. No entanto cada um dos números distribuidos verticamente são legíveis e parecem formar datas da <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/CalendarioMaya.html#CuentaLarga" target="_blank">Contagem Longa</a>. Eles são:</div>
<br />
<b>Maya Dias Anos</b><br />
<b style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;">8.6.1.9.0 1.195.740 3273,8</b><br />
<div style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;">
<b> 2.7.9.0.0 341.640 935,4</b></div>
<div style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;">
<b> 17.0.1.3.0 2.448.420 6703,5 </b></div>
<b style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"> 12.5.3.3.0 1.765.140 4832,8 </span> </b><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Na primeira coluna da tabela aparecem <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/CalendarioMaya.html#CuentaLarga" target="_blank">os números em sistema maia</a>. Lembramos que a <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/CalendarioMaya.html#CuentaLarga" target="_blank">Contagem Longa</a> consistia em contar os dias, utilizando uma base (quase) vigesimal (20) que, por uma razão desconhecida ainda, terminava no número <span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;">13.0.0.0.0</span> também chamado <i>13 bak'tuns</i> e que, segundo alguns arqueólogos, vai acontecer no próximo 21 de dezembro de 2012. A segunda coluna transforma o número maia a nosso sistema decimal mostrando o intervalo em dias. E, por último, considerando nosso calendário gregoriano, a quarta coluna mostra o intervalo em anos. Como pode ser apreciado, são intervalos muito longos, de milhares de anos. Os investigadores acreditam que não se trata de datas, mas de intervalos, periodos que deveriam ter relação com outros períodos. No entanto, não foi encontrada relação alguma entre estes números e os pintados em outras paredes, e tampouco existem conexões claras com ciclos astronômicos (de Vênus e a Lua por exemplo) ou calendáricos (o <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/CalendarioMaya.html#haab" target="_blank">Ciclo do Calendário</a>) conhecidos dos maias. A conclusão do artigo é que por sua semelhança com tabelas escritas no Códice de Drede, única evidência escrita dos conhecimentos astronômicos maias, estes se remontaríam a períodos anteriores ao pos-clássico.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Chama a atenção qua o terceiro algarismo corresponde a <i>17 bak'tuns</i>, um número que ultrapassa a duração de uma <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/CalendarioMaya.html#CuentaLarga" target="_blank">Contagem Longa</a> em 570.420 dias ou 1578 anos (no Códice de Dresde também há números parecidos). Se a Contagem Longa representa um ciclo do Mundo, um voltar a começar, qual é o sentido de um intervalo maior? Poderiamos argumentar que os maias não pensavam que o que aconteça no fim do calendário, será tão grave como para modificar as órbitas de Vênus, Mercúrio ou a Lua, e que seguirá havendo habitantes na Terra para contemplar as noites estreladas. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Maiormente, este descobrimento demonstra nossa ignorância sobre o Calendário Maia e os conhecimentos astronômicos deste povo, que, e na minha humilde impressão, estão sobrevalorados. E reforça minha opinião que as <i>profecias</i> nada mais são que interpretações incoerentes de nossa sociedade. </div>Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-57344732581523117002012-05-21T22:25:00.001-03:002012-05-21T22:33:01.880-03:00O Sol de abril<div style="text-align: justify;">
A atividade solar durante o mês de abril não trouxe grandes surpresas, o índice de manchas diminuiu um pouco e isto resultou também em poucos eventos <i>explosivos</i>. A figura abaixo, gerada pelo <a href="http://www.noaa.gov/" target="_blank">National Oceanic and Atmospheric Administration</a> (NOAA) dos EUA é um reflexo disto. Depois de um leve incremento durante o mês de março (anteúltimo ponto preto do gráfico), o índice médio de abril cai para um valor em torno de 55 (último ponto da curva preta). Como sempre, a curva azul representa uma <i>media corrida</i> da atividade pasade e a curva vermelha é a previsão para os próximos anos, com máximo para maio de 2013.<br />
<br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Como cantava The Police nos '80: <i>There's a little black spot on the sun today</i><i>. It's the same old thing as yesterday.</i><sup>*</sup></div>
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUVXt_Ny-EIQYYro-nLpwiRn50SKBoc8YLcZFpZHXpnZg8rpbwJqUrBfs3LGNgts6hlqic5ocfqdmI-9BrsruIwiWqA0PhPKFrlU0FnkmQ6KaV28DuksPk5qqR6NhWyvQm2HXOvAPZazQ/s1600/sunspot_20120521.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="305" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUVXt_Ny-EIQYYro-nLpwiRn50SKBoc8YLcZFpZHXpnZg8rpbwJqUrBfs3LGNgts6hlqic5ocfqdmI-9BrsruIwiWqA0PhPKFrlU0FnkmQ6KaV28DuksPk5qqR6NhWyvQm2HXOvAPZazQ/s400/sunspot_20120521.gif" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Figura gerada pela NOAA e acessa em 21/05/2012. Ver seguinte <a href="http://www.swpc.noaa.gov/SolarCycle/" target="_blank">link</a></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: x-small;">* Há uma pequena mancha no Sol hoje, é a mesma de ontem.</span>Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-27647911858560125182012-05-09T22:59:00.002-03:002012-05-10T22:08:18.867-03:00Observação do trânsito de Vênus a olho nu<div style="text-align: justify;">
Dentro de menos de um mês teremos <a href="http://ahoraultima.blogspot.com.br/2011/12/o-transito-de-venus-em-2012.html" target="_blank">o último trânsito de Vênus deste século XXI</a>. Sendo um fenômeno relativamente infrequente está despertando bastante atenção. Infelizmente no hemisfério Sul de América não poderemos observá-lo. No entanto muitos instrumentos de todo o mundo, incluso em satélites, e a maioria dos astrônomos amadores que tenham a oportunidade, farão observações do fenômeno. Tanto interesse chegou a Internet, onde já vi <a href="http://www.astronomerswithoutborders.org/support-awb/awb-merchandise.html" target="_blank">avisos de venda de óculos</a> que permitem observar "eclipses e trânsitos de Vênus". Se trata de "bloqueadores", filtros que inibem grande parte da luz solar, permitindo olhar diretamente o disco sem sofrer danos. Eu, por exemplo, tenho uma placa fotográfica negativa, completamente preta e que me deixa olhar o Sol sem perigo. <b>É bom lembrar, no entanto, que a observação direta do Sol pode danificar permanentemente a visão. Cuidado!!</b> Este método não conta com nenhum tipo de ampliação de imágem. Observar eclipses solares resulta óbvio, mas, eu pergunto se o trânsito de Vênus pode também ser observado a olho nu, sem ajuda de telescópio. Como seria? </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O Sol tem un diâmetro de 1.400.000 km e se encontra a uma distância de 150.000.000 km aproximadamente. Dividendo o primeiro número pelo segundo obtemos o ângulo subtendido pelo disco solar para um observador terrestre sem instrumentos:</div>
<br />
<i>a = </i>140.000 / 150.000.000 = 0,0093 radianos<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
O que significa isto? A uma distância de meio metro (comprimento de um braço) o disco solar é aparentemente tão grande como um círculo de um diâmetro de</div>
<br />
<i>d = </i>0,0093 <i>x</i> 500 mm = 4,7 mm !!<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Podem comprova-lo usando a Lua cheia, cujo tamanho aparente não é muito diferente ao do Sol. Tomem uma régua transparente, segurem-na com uma mão e extendam o braço reto, em direção para a Lua. Confiram na régua que o tamanho é um pouco menor a 5 mm.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Se o Sol tem esse tamanho, qual será o de Vênus? Quando o vemos de noite em sua versão de <i>Luzeiro do entardecer</i>, Vênus é como qualquer outra estrela, é seu brilho que se destaca no fundo escuro. Mas quando fique acima do disco solar, teremos que percibir uma pequena sombra escura acima de um círculo extremamente brilhante. Vênus tem um tamanho aparente máximo de</div>
<br />
<i>av = </i>1 minuto = 0,000276 radianos<br />
<br />
ou seja que à mesma distância do braço (meio metro)<br />
<br />
<i>dv = </i>0,000276 <i>x</i> 500 mm = 0,138 mm = 138 microns<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Vênus fica do tamanho de um décimo de milímetro. O olho humano tem uma <i>acuidade</i> nominal de 1 minuto de arco (visão 20/20). Ou seja que é capaz de ver separadas duas linhas paralelas uma a um 1 minuto de arco da outra. Sendo assim, o tamanho de Vênus fica justo no limite, porque a maioria das pessoas tem uma acuidade menor que, por outra parte, depende muito das condições de iluminação e da forma do objeto. Lembrem que queremos distinguir um pontinho escuro sobre um fundo intensamente brilhante. Podem fazer um teste usando a foto abaixo (obtida do <a href="http://www.earthandskyphoto.com/astronomical-photography/color-astrophotography-gallery/4483816" target="_blank">site de Jeff Balls</a>). Meçam com uma régua o tamanho do Sol na tela do computador (no meu caso deu 11 mm). Calculem agora</div>
<br />
<i>distância = (Diâmetro Sol) </i>/ 0,0093<br />
<div style="text-align: justify;">
<br />
Minha conta deu<br />
<i>distância</i> = 11/0,0093=1.182 mm = 1,18 m<br />
<br />
Fiquem a essa <i>distância</i> da tela e olhem para a foto do Sol. Tentem distinguir o pequeno ponto preto quase na borda direita, um pouco embaixo do diâmetro central: aqui têm a <a href="http://www.earthandskyphoto.com/astronomical-photography/color-astrophotography-gallery/4483816" target="_blank">imágem original</a> como referência. Esse ponto é Vênus fotografado com um telescópio de 600 mm de distância focal durante seu último trânsito em 2004. Eu, particularmente, apesar de saber o lugar preciso onde se encontra, a 1,2 m de distância da foto, não o enxergo. E vocês?</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHlsU3xf6G5c5L-VgaFbj_hFrTAco3VBG81AWnWnz-iLVuDA4OUMVdsgOb-eSD2OKPwxBqvzas51GXeuIZV8IV2N7SKT00uL0rxMx0_mMr72AOQ4E4wcFXPYK4PBz1WHNVTvt1KBNcAW0/s1600/venus_transit.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="380" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHlsU3xf6G5c5L-VgaFbj_hFrTAco3VBG81AWnWnz-iLVuDA4OUMVdsgOb-eSD2OKPwxBqvzas51GXeuIZV8IV2N7SKT00uL0rxMx0_mMr72AOQ4E4wcFXPYK4PBz1WHNVTvt1KBNcAW0/s400/venus_transit.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Copyright © 2012, Jeff Ball. All rights reserved.
</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A pergunta é relevante e diz respeito as profecias de 2012. Comentamos que <a href="http://ahoraultima.blogspot.com.br/2012/03/observacoes-maias-de-transitos-de-venus.html" target="_blank">alguns arquélogos acreditam que os maias poderiam ter observado trânsitos de Vênus</a>. À luz dos cálculos anteriores e do meu teste, me parece muito difícil. Seria interessante saber se na história há relatos de observações de trânsitos de Vênus sem ajuda de telescópios. Até onde eu busquei, não achei. Por exemplo, <a href="http://www.staff.science.uu.nl/%7Egent0113/venus/venustransitbib.htm" target="_blank">aqui</a>, as observações começam depois de 1609, ano da introdução do telescópio na astronomia.
</div>Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-69342603226470195132012-04-09T23:09:00.001-03:002012-04-09T23:09:27.918-03:00Atividade Solar em março: uma atualização<div style="text-align: justify;">
A <a href="http://www.noaa.gov/" target="_blank">Administraçaõ Nacional do Oceâno e a Atmosfera</a> (por sua sigla em inglês NOAA) do governo norte-americano acaba de publicar os dados da atividade solar referente ao mês de março e <a href="http://www.swpc.noaa.gov/SolarCycle/" target="_blank">atualizou a curva do ciclo solar</a>. <a href="http://ahoraultima.blogspot.com.br/2012/03/nas-ultimas-semanas-fomos-invadidos-por.html" target="_blank">Num post anterior já falamos do pico de atividade que chamou a atenção da mídia de todo o mundo</a> pela quantidade de <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/Sol.html#activo" target="_blank">explosões solares e ejeções de massa</a>. No entanto e apesar de tanto ruido, poucas foram as nozes: a atividade em geral manteve-se bastante mais abaixo que a registrada no mês de novembro. No entanto, ela reverteu a tendência para abaixo respeito dos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Por enquanto, o començo do mês de abril mostra-se muito tranquilo com poucas manchas e eventos de categoria baixa.
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihWyOFkeMXs1B73MiM2QCVA0fIhShBOZ3qGg33VyPD1KGf99UwDPK-bz6arumzm4-0E3dtFLxISX0xuVqjc68-_4R3Um03gAO7M4PI_vAOijMbj70NUo_RqopF8QIgn7yQyvFSUFG9Cp0/s1600/sunspot_20120409.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="305" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihWyOFkeMXs1B73MiM2QCVA0fIhShBOZ3qGg33VyPD1KGf99UwDPK-bz6arumzm4-0E3dtFLxISX0xuVqjc68-_4R3Um03gAO7M4PI_vAOijMbj70NUo_RqopF8QIgn7yQyvFSUFG9Cp0/s400/sunspot_20120409.gif" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ciclo solar. Os pequenos círculos pretos representam a média mensal do Índice de Manchas. A curva azul é uma média corrida. A curva vermelha é a projeção para o futuro. </td></tr>
</tbody></table>
<br />Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-17157747278158871672012-03-24T01:45:00.003-03:002012-03-24T12:59:01.756-03:00A atividade solar de março de 2012<div style="text-align: justify;">
Nas últimas semanas fomos invadidos por imagens e reportagens falando sobre a atividade solar. Somente no <a href="http://www.craam.mackenzie.br/" target="_blank">CRAAM</a>, onde eu trabalho, vieram duas equipes da Globo e uma da TV Cultura para fazer entrevistas, além do portal do MSN Brasil e ainda houve contatos telefônicos com outros jornalistas que se comunicaram para obter precisões: está aumentando a atividade solar? </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Pois é, a atividade solar deu um salto: desde os primeiros dias de março o Sol se mostrou bem ativo com muitas <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/Sol.html" target="_blank">explosões e ejeções de massa</a> com efeitos sobre a Terra. Tudo isto agitou os fantasmas das profecias de 2012, daí o interesse redobrado da mídia. Mas, será que há algúm motivo de preocupação? </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Muitas vezes já falamos sobre o<a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/Sol.html#ciclo" target="_blank"> Ciclo Solar</a>, mas é bom voltar sobre ele. O Sol apresenta dois comportamentos muito diferentes: um <i>inverno</i> calmo e um <i>verão</i> ativo, entre ambas as <i>estações</i> solares se passam em torno de 5 anos. Estamos agora no verão solar, embora ainda não chegamos no ápice. Por isso, manchetes de jornais dizendo, <i>"foi registrada a maior explosão solar dos últimos 5 anos"</i> é semelhante a dizer um 20 janeiro, por exemplo, que foi registrado o recorde de temperatura dos últimos 6 meses. A comparação correta é com os verões anteriores. E para isso, no caso solar, devemos voltar 11 anos aproximadamente. É isso o que eu fiz. Na figura abaixo apresento o fluxo em raios-X mole observado pelo satélite da séries GOES durante o periodo 3 a 23 de março deste ano. O fluxo em raios-X é um <i>atividômetro:</i> um medidor da atividade solar, quanto mais intenso o fluxo, mais ativo o Sol, maior número de explosões e ejeções de massa, maior a chance de efeitos na Terra. As linhas horizontais representam a classificação da emissão em raios-X: <b>A, B, C, M </b>e <b>X</b>. Cada banda de energia é <b>10 vezes maior que a anterior. </b>Os eventos <b>X</b> são os mais importantes os <b>M</b> são médios e embaixo estão os eventos pequenos. Duas vezes no periodo da figura tivemos fluxo <b>X</b>, e uma dezena o fluxo foi <b>M</b>. O valor mínimo do fluxo (a <i>base</i>) sempre foi maior do que <b>B.</b> </div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSZ8mdr4cfROZ03TU5_hNFOKI69Eg9BBq35VcwkVaNyh0s2K8iWL-f3vKWStvPmA1NXYIh88mHFJ0q6Zn3yku77BxRQVT0UxAufb3hee5PrbvmzspiIHncrg22bBU8fmnTnoOq_7Hi_vvM/s1600/March2012.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="342" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSZ8mdr4cfROZ03TU5_hNFOKI69Eg9BBq35VcwkVaNyh0s2K8iWL-f3vKWStvPmA1NXYIh88mHFJ0q6Zn3yku77BxRQVT0UxAufb3hee5PrbvmzspiIHncrg22bBU8fmnTnoOq_7Hi_vvM/s400/March2012.png" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Comparemos a figura acima com o <i>verão</i> de 2003 durante o periodo de 15 de outubro a 6 de novembro: 12 eventos <b>X</b>, incontáveis eventos <b>M</b>, a partir de 22 de outubro o fluxo era sempre mais intenso que <b>C</b>. Fica bastante claro que, embora ainda falta para o fim da estação ativa, o verão de 2000 - 2003 foi bastante mais <i>quente</i> que o atual. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXk-GHW2tzm11z5Mf1M6NWFdR8u8dVgpxDSKXU5T-M5_ietZovxc1f8OpmDziQ3SECKP3LSghS63owJsaYZH5crIA3sdYAKfOdEJ_A-IgO0lHXUE8AozMSj-DIYtmTQmVIJ50vehyqBwiW/s1600/Nov2003.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="342" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXk-GHW2tzm11z5Mf1M6NWFdR8u8dVgpxDSKXU5T-M5_ietZovxc1f8OpmDziQ3SECKP3LSghS63owJsaYZH5crIA3sdYAKfOdEJ_A-IgO0lHXUE8AozMSj-DIYtmTQmVIJ50vehyqBwiW/s400/Nov2003.png" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Só basta ver a figura abaixo para comprová-lo. <a href="http://www.swpc.noaa.gov/SolarCycle/" target="_blank">Ela representa a evolução da atividade solar medida por meio do Índice de Manchas</a>. Cada ponto é a média mensal. Em outubro do ano passado houve também uma agitação intensa no Sol, mas a atividade como um todo decaiu abruptamente nos seguintes meses. O último ponto corresponde a fevereiro passado. A curva vermelha representa a progressão esperada do ciclo. Até agora a previsão parece estar sendo cumprida muito bem.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSsqhtxvLbmwEUGzgT311ZL4zIJGXJgtczRQIcsrMassotLKxa_9sgKGytN52LwJfCOB17HiglMd8h-mbi00w1_8N-HMhyphenhyphenUf5jMe_g0jPXrf0UneigensKk2HXqfku7DDNmxyr4o2QmDuV/s1600/sunspot.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="305" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSsqhtxvLbmwEUGzgT311ZL4zIJGXJgtczRQIcsrMassotLKxa_9sgKGytN52LwJfCOB17HiglMd8h-mbi00w1_8N-HMhyphenhyphenUf5jMe_g0jPXrf0UneigensKk2HXqfku7DDNmxyr4o2QmDuV/s400/sunspot.gif" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
Conclusão: se algo tem de particular este <i>verão</i> solar, é que ele está bastante <i>frio</i>.Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-52721438538161942432012-03-18T18:15:00.000-03:002012-03-18T18:15:04.806-03:00Observações maias de trânsitos de Vênus<div style="text-align: justify;">
Um leitor anônimo deste blog em espanhol me alertou por meio de um comentário no post <a href="http://lahoraultima.blogspot.com.br/2011/12/el-transito-de-venus-del-6-de-junio-de.html" target="_blank"><i>El tránsito de Venus del 6 de junio de 2012</i></a>, que o professor Jesús Galindo Trejo do <a href="http://www.astroscu.unam.mx/ia/" target="_blank">Instituto de Astronomía</a> da <a href="http://www.unam.mx/" target="_blank">Universidad Nacional Autónoma de México,</a> depois de analisar afrescos de um templo da cidade de Mayapán especula que os maias observaram trânsitos de Vênus. Este fato poderia abrir as portas para a interpretação dos profetas de 2012 de que o calendário maia da <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/CalendarioMaya.html#CuentaLarga" target="_blank">Contagem Longa</a>, está sincronisado para coincidir seu final con um trânsito de Vênus que acontecerá em 6 de junho próximo.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Não foi difícil encontrar o trabalho de Trejo publicado no <a href="http://www.iifilologicas.unam.mx/estculmaya/index.php?page=volumen-xxix" target="_blank">Número XXIX da revista Estudios de Cultura Maya</a>: <a href="http://www.iifilologicas.unam.mx/estculmaya/uploads/volumenes/xxix/trejo.pdf" target="_blank">Un análisis arqueoastronómico del edificio Q152 de Mayapán</a>. Vou resumir os aspectos que me interessan aqui.</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEhT7Fqo7AYeo_H9rqJkEaQbsfg20jX9FK0URAlDGjhNNpc5oe-BNtzcBNZ62eGqs7B1GUeDT6RfdnERpQtJnCcCHogWgOQ_BiRGjDusmnwrf0nhJsDDDaANRAl3SSHNjG-4T9C1cspdQ/s1600/mayapan-m.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEhT7Fqo7AYeo_H9rqJkEaQbsfg20jX9FK0URAlDGjhNNpc5oe-BNtzcBNZ62eGqs7B1GUeDT6RfdnERpQtJnCcCHogWgOQ_BiRGjDusmnwrf0nhJsDDDaANRAl3SSHNjG-4T9C1cspdQ/s320/mayapan-m.JPG" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Prédio Q152, também chamado de <i>Observatório.</i><br />
Mayapán, Mérida (México)</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
A cidade de Mayapán, última grande orbe maia, pertence ao período posclássico (<a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/LosMayas.html#historia" target="_blank">aqui uma breve descrição da história maia precolombiana</a>). Teve seu apogéu entre 1200 e 1450 e um declínio dramático, produto de revoltas populares apoiadas por grupos armados provenientes de México central. Conta com importantes edificações, entre elas um templo circular que recebeu o arqueológico nome de <b>Q152</b> (as vezes referido como o <i>observatório</i>) e uma pirámide chamada <i>o castelo</i><b>.</b> Recentemente num pequeno prédio junto ao castelo foram achados e restaurados uns afrescos que são iluminados pelo sol en dois dias precisos do ano. Uma das imagens representa o sol amarelo com grandes raios, escoltado por dois personagens com umas espécies de lanças; e dentro do disco solar há um personagem ricamente ataviado em aparente descenso. Segundo Galindo Trejo, os dias em que o sol ilumina o afresco serviriam como marcadores que permitem fazer uma aritmética simples para contabilizar o <a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Per%C3%ADodo_orbital" target="_blank">período sinódico</a> de Vênus, de 584 dias, tempo que demora em dar uma volta em torno ao Sol observado desde a Terra. Tamanha importância dada ao <i>ano de Vênus</i>, leva ao autor a reflexionar se o personagem dentro do disco solar não se trataria de uma representação dos trânsitos do planeta, tornando o afresco numa evidência do conhecimento astronômico maia.</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga5Ej1n02jMhZdXlrj88oPdywzzkJyaOyEEReUiQQh52CQCLvNDFH-ZYd4Gy2rVjA5qL8eD50XiIvIla70lIc6qnPs08LFPY3rVaCPY6IIYJfDnU-KBql46QGyOaCKZhA92WAVS_eLwhU/s1600/piramideMayapanJesusGalindo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="170" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga5Ej1n02jMhZdXlrj88oPdywzzkJyaOyEEReUiQQh52CQCLvNDFH-ZYd4Gy2rVjA5qL8eD50XiIvIla70lIc6qnPs08LFPY3rVaCPY6IIYJfDnU-KBql46QGyOaCKZhA92WAVS_eLwhU/s320/piramideMayapanJesusGalindo.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pirámide de Mayapán (o <i>castelo</i>)</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Observar tránsitos de Vênus é complicado porque projetado sobre o disco solar, o planeta é 30 vezes menor. No entanto é possível se se atenua de alguma forma a intensa luz solar. Uma condição natural é com o Sol próximo do horizonte ocultado por um véu de nuvens ou por fumaça. Os maias estavam numa posição geográfica privilegiada: dos 40 trânsitos de Vênus que aconteceram entre o ano 2000 AC e 1500 DC (conquista espanhola) eu calculei que poderiam ter observado 36 (Usei <a href="http://eclipse.gsfc.nasa.gov/transit/catalog/VenusCatalog.html" target="_blank">a seguinte tabela criada pela NASA</a>, e as <a href="http://eclipse.gsfc.nasa.gov/transit/catalog/Visible.html" target="_blank">fórmulas daqui</a>). Os trânsitos de Vênus são fenômenos bastante prolongados, que duram aproximadamente 7 horas e que ocorrem com pouca dispersão calendárica: entre o 19 e 23 de maio, e entre o 20 e 23 de novembro quando é considerado o lapso correspondente à antigüidade maia. <b>Nem todo ano tem tránsito de Vênus</b>, no entanto. As regras que os regem não são simples e exigem séculos de observações ou um conhecimento bastante avançado da astronomia planetária.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvhc4aVku765CjQE8HuPwXNqlj0K6ZWRDoId4VNcVngOJCHC_KIK99ugOCkpHqPwVXly0A-oJuU5ajoce2sfPNqYr4vlNqtKOiD1zb3lE8XoLEJ8K0Jr0EWuFHnMWr4NXTiynrVr76VRE/s1600/VenusSol.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvhc4aVku765CjQE8HuPwXNqlj0K6ZWRDoId4VNcVngOJCHC_KIK99ugOCkpHqPwVXly0A-oJuU5ajoce2sfPNqYr4vlNqtKOiD1zb3lE8XoLEJ8K0Jr0EWuFHnMWr4NXTiynrVr76VRE/s320/VenusSol.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: justify;">Tamanhos relativos do disco solar (círculo amarelo) e Vênus (círculo azul claro). A diferença de tamanho e o intenso brilho solar dificultam a observação sem instrumentos
de um trânsito de Vênus.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Em suma, talvez os maias observaram tránsitos de Vênus. Supor que chegaram a prevê-los, como algumas profecias de 2012 afirmam, seria uma ousadia sem qualquer sustento científico.Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-20174573816825823032012-02-29T08:38:00.000-03:002012-06-03T01:35:54.642-03:002012 no Discovery Channel: a perda da ética do jornalismo científico<div style="text-align: justify;">
O <a href="http://dsc.discovery.com/" target="_blank">Discovery Channel</a> preparou um documentário especialmente dedicado às profecias de 2012 que foi ao ar no mês de fevereiro desse ano. Com o sugestivo título de <b>Apocalypse 2012</b> o programa entrevistou a <a href="http://www.scientificamerican.com/author.cfm?id=194" target="_blank">John Rennie</a>, editor da revista <a href="http://www.sciam.com/" target="_blank">Scientific American</a>, e <a href="http://www.astroengine.com/about/" target="_blank">Ian O'Neil</a>, físico solar pela Universidade de Gales, produtor do site <a href="http://news.discovery.com/space/" target="_blank">Discovery News</a> e criador do site <a href="http://www.astroengine.com/" target="_blank">Astroengine</a>. Junto com eles estavam Edwin Barhnhardt do <a href="http://www.mayaexploration.org/about.php" target="_blank">Maya Exploration Center</a>, e Holly Gilbert e C. Alex Young, ambos físicos solares do <a href="http://www.nasa.gov/centers/goddard/home/index.html" target="_blank">Goddard Space Flight Center de NASA</a>. Com semelhante elenco tudo indicava que o programa não daria trégua às críticas céticas contra as <i>profecias de 2012.</i></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
E no entanto, as últimas frases do documentário foram : <i>Mas os especialistas podem estar errados e em 22 de dezembro de 2012 os vivos podem chegar a invejar os mortos. Se o mundo acabar não haverá como negar uma simples verdade: nós fomos avisados. </i>Enquanto a voz do locutor lia essa profecia apocalíptica, imagens mostravam um mundo que se destruia por causa de terremotos gigantescos, tsunamis e demais pragas de fim de mundo numa dantesca dança completamente irreal produto da imaginação de roteiristas de Hollywood, talvez tiradas do filme <b>2012</b>. Não resulta um tanto estranho esta mensagem final num canal que diz que seu alvo é <i>a família, a informação a educação e o entretenimento</i>? </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Faltou mencionar que no grupo de convidados estava Lawrence Joseph: jornalista e autor do livro <a href="http://www.lawrenceejoseph.com/" target="_blank">Apocalypse 2012</a>, uma visão <i>supostamente científica</i> de como o mundo poderia acabar esse ano, que já leva vendidas mais de 100.000 cópias segundo o seu próprio site. Talvez é aqui onde começamos a compreender a moral do <i>documentário</i> (as letras itálicas indicam minha visão crítica de que realmente se tratou de um documentário) do Discovery Channel. Não é divulgação científica, mas um show mediático onde a ciência é um ator coadjuvante: ela não é o centro mas sem ela não teria espetáculo. Talvez pior ainda, foi um golpe de marketing para relançar as vendas do livro de Lawrence.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Divulgação científica é ciência também. Ela é até mais difícil de fazer porque deve tentar ser rigorosa na explicação, sem utilizar recursos lingüisticos ou matemáticos sofísticados. Isso coloca qualquer cientista numa posição difícil porque a maior parte do tempo ele passa dentro de um ambiente pleno de significados. Fora dele, deve substitui-lo com outras descrições mais generalizadas. Não se trata de usar palavras simples ou alegorias frouxas, mas de buscar alternativas à explicação. Não é fácil, e muito poucos conseguem. Em qualquer caso a divulgação científica tenta colocar no público leigo as ideias da ciência, mostrando os debates, mas tentando ser equilibrado enquanto ao que a maioria aceita como correto. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O Discovery Channel não parece se importar muito com essa visão. O entretenimento, custe o que custar vale mais do que o rigor, o efeito sobrepõe-se à precisão. Da mesma forma Lawrence Joseph, cujo livro não conhecia antes de assistir o programa, parece brincar com as mesmas estratégias para conseguir maiores vendas. Será que eles não se precoupam com as centenas de milhares de pessoas que estão angustiadas pela próxima chegada de um Apocalípse? Pessoas que abandonam suas casas para buscar refúgio em sítios considerados seguros? Quantos conflitos pessoais e sociais está criando esta histeria sem qualquer base científica?</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Os dois astrofísicos do Goddard, são os únicos que não deixaram dúvidas quanto ao seu convencimento de que não haverá Apocalípse, embora a carinha ingênua da Holly afirmando <i>"eu acho que não acontecerá nada em 21 de dezembro de 2012",</i> ou a frase de Alex Young: <i>"não há nada de especial em 2012", </i>foram muito pouco para contrarrestrar uma exposição de uma hora de palavras de efeito junto com grotescas imágens de Holocaustos Universais que, no melhor dos casos apresentam situações de baixíssima probabilidade. Enquanto que a participação do John Rennie da Scientific American também me deixou uma sensação agridoce, as vezes parecia estar apoiando as malucas especulações que pretendiam passar por verdades científicas. Talvez não mediu as palavras e se deixou levar pela excitação que produzem os holofotes. </div>
<br />
Eu vou resumir os cenários apocalípticos descritos no programa.<br />
<ol>
<li style="text-align: justify;"><i>Alinhamento Galático.</i> Sobre este tema já escrevi com muito detalhe no meu livro sobre as profecias. <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/Profecias.html#alineameinto" target="_blank">Aqui está o link</a>. Sintetizando, não haverá alinhamento nenhum e mesmo que ele viesse a ocorrer, não haverá qualquer jato de energia em nossa direção. (Na versão do Discovery, o problema parece ser o contrário, o Sol eclipsará a energia <i>vital</i> que vem do centro galático...)</li>
<li style="text-align: justify;"><i>Explosão solar ou Ejeção de Massa Coronal provocará um blecaute elétrico geral.</i> Sobre o tema também me estendi no meu livro (<a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/Profecias.html#MegaFlare" target="_blank">vide aqui</a>). Também não acredito no tamaho do desastre, mesmo porque a atividade solar está muito mais fraca que há dez anos. E, como diz a Holly Gilbert, <i>"se em 2003 enfretamos todos esses problemas muito bem por que agora não?"</i> Eu vou voltar sobre a questão num próximo blog, porque de fato é a única das especulações que conta com algum um suporte científico</li>
<li style="text-align: justify;"><i>Ejeção de Massa Coronal dispara</i> <i>megaterremoto</i>. Também já abordamos a questão neste blog: <a href="http://ahoraultima.blogspot.com/2012/02/terremotos-e-tempestades-solares-i.html" target="_blank">aqui</a> e <a href="http://ahoraultima.blogspot.com/2012/02/terremotos-e-tempestades-solares-ii.html" target="_blank">aqui</a> estão os links. A verdade é que alguns pesquisadores (muito poucos) acham que em periodos de maior atividade solar há um aumento, <u>não muito expressivo</u> da atividade telúrica terrestre. Em outras palavras, podem acontecer mais terremotos (dois ou três a mais por ano). Se isto for verdade (coisa que ainda não está comprovada) então já passamos por periodos muito mais perigosos, como na década de 1950 quando a atividade solar foi três a quatro vezes maior que a atual. Devemos nos preocupar então? </li>
<li style="text-align: justify;"><i>Deslocamento dos Pôlos.</i> Dos <i>megaterremotos</i>, Lawrence Joseph e o Discovery Channel passam a descrever uma teoria geofísica escrita por Charles Hapgood, um mestre em história medieval, que também prestou serviços na CIA norte-americana durante a Segunda Guerra Mundial, na época chamada de Office of Strategic Services. Hapgood escreveu um livro cujo maior mérito parece ser o de ter prólogo de Einstein, depois publicou outros mais. Na visão deste historiador a Terra poderia passar por cataclismos severos que deslocam o eixo em 30 graus ou mais produzindo uma reorganização dos continentes com graves consequências para a vida. Ora, pesquisando nos meios científicos não achei referência nenhuma às teorias do Hapgood. Ou seja, ela é uma especulação feita por um historiador em base a interpretação de antigos mapas. Interpretação contestada até pelos próprios historiadores. Vamos voltar sobre a teoria de Hapgood num próximo post porque me lembra à de Immanuel Velikovsky sobre os mundos em colisão. (O Hapgood chegou a afirmar que há evindências de seres humanos junto com dinossauros)</li>
<li style="text-align: justify;"><i>Inversão magnética.</i> Também ja escrevemos bastante sobre esta questão (<a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/Profecias.html#Inversion" target="_blank">vide aqui</a>). O Ian O'Neil faz uma descrição aterradora do que poderia acontecer se o campo magnético desaparecer: o aumento da radiação ultra-violeta provocaria o aumento dos compostos em base a nitrogênio e oxigênio (chamados NOx) na atmosfera que levaria à desaparição do plancton marinho, e com ele à quebra de toda a cadeia alimentar com vastas consequências para a humanidade. Preciso checar este cenário, mas a verdade é que se toda vez que o campo magnético inverter (e ele já inverteu centenas de vezes no passado) ocorre este colapso não se explica como não há correlação com as extinções em massa de especies. O Lawrence Joseph fala do <i>buraco</i> do campo magnético na região do Atlântico Sul, bem conhecida pelos brasileiros por ficar seu centro perto da ilha de Santa Catarina; e ele ainda assusta falando de um outro buraco detectado uns anos atrás (embora passageiro). Ora, a Anomalia existe desde muito tempo atrás (100 anos?) e nossa teconologia já contornou o problema. Por que deveriamos nos preocupar agora?</li>
<li style="text-align: justify;"><i>Colisão com asteroide.</i> Essa foi descartada rapidamente. Não existe asteroide grande o suficiente que esteja se aproximando da Terra para colidir em 2012. Disto temos certeza porque existem programas de monitoramento espacial. Alguma pedrinha poderia até passar despercibida, mas não uma capaz de acabar com a civilização terrestre. </li>
</ol>
<div style="text-align: justify;">
Para ilustrar o programa, grostestas animações de computador mostravam ininterruptamente a devastação produzida por terremotos, tsunamis, blecautes de energia, invernos prolongados, cometas, etc, enquanto tocava no fundo uma música marcial. No fim, com a exceção de Lawrence Joseph, de cujo convencimento sobre o Apocalípse depende o futuro de vendas de seu livro, o resto do painel foi cético quanto a possibilidade do fim do mundo. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Mas o Discovery reservou os segundos finais para a frase de maior efeito, como relatado acima. Na minha visão o Discovery Channel fez um papelão com este programa, desacreditou-se a si próprio, e mostrou que seu principal, senão único objetivo, é o lucro. </div>
<br />Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-76631459102402910032012-02-20T17:00:00.000-02:002012-02-20T18:34:20.377-02:00Terremotos e Tempestades Solares - II<div style="text-align: justify;">
<a href="http://ahoraultima.blogspot.com/2012/02/terremotos-e-tempestades-solares-i.html" target="_blank">No post anterior</a> concluimos que não era posível que a atividade solar na forma de explosões ou ejeções de massa pudesse contribuir com a ocorrência de terremotos: sendo os terremotos um fenômeno originado no interior da Terra, não vemos como as ondas electromagnéticas ou as partículas carregadas poderiam furar a rocha para chegar até a base onde as placas tectônicas repousam, e chacoalha-las. Eu procurei tempo atrás se havia algum aumento na frequẽncia dos terremotos e não achei qualquer tendência, como podem ver nos posts anteriores, <a href="http://ahoraultima.blogspot.com/2011/03/esta-aumentando-frequencia-de.html" target="_blank">aqui</a> e <a href="http://ahoraultima.blogspot.com/2011/03/esta-aumentando-frequencia-de_14.html" target="_blank">aqui</a>. No entanto, existem trabalhos científicos que concluem que essa interação existe. Neste post vamos analisar alguns desses trabalhos. Ele será mais extenso que os outros e bastante mais técnico. É necessário se queremos entender a relevãncia dos estudos. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Na verdade são muito poucos os estudos sobre o tema, menos de 30 nos últimos 50 anos. A maioria deles foram publicados por cientistas soviéticos (por exemplo A. D. Sytinskiy) em revistas da ex-União Soviética, em russo, alguns têm traduções ao inglês em revistas de difícil acesso. Minha busca está lonje de ser apurada, mas não creio me equivocar quando afirmo que não é um campo muito fértil de pesquisa e que é levado adiante por poucos grupos independentes esparços no mundo e que não convenceram ainda ao resto da comunidade.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Vou comentar dois trabalhos que pude ler completos. Não vou entrar nos detalhes, mas comentar o que me interessa no contexto deste blog: os estudos têm alguma relação com as profecias maias ? </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
John F. Simpson publicou em 1967 um estudo titulado <a href="http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0012821X67900714" target="_blank">Solar Activity as a triggering mechanism for earthquakes</a> (<i>A atividade solar como mecanismo ativador de terremotos</i>), na revista <i>Earth and Planetary Science Letters, </i>volume 3 (1967), páginas 417+. Simpson usou um banco de dados de terremotos sem distinção em magnitude, entre 1950 e 1963 e comparou sua frequência diaria com o índice de Zürich (ou de manchas solares), o fluxo solar em 10,7 cm (chamado <i>Componente solar lenta</i>) e um índice do campo magnético terrestre llamado k<sub>p</sub>. Ele observa que passados dois anos do máximo de atividade solar há um aumento na ocorrência de terremotos. Procurando correlacionar estes índices descobre uma relação cúbica entre ambos sendo que a maior frequência de sismos dá-se quando o índice de manchas solares é em torno de 180 e o fluxo da componente lenta solar de 200. Aumentar os índices acima destes valores diminui a frequência de terremotos. Embora a relação estatística parece bem demonstrada, <b>a importância da mesma não demonstra ser chave na dinâmica dos terremotos: </b>enquanto a média de sismos diários é de 4,6, a atividade solar os incrementaria até 5,5. E lembremos que neste trabalho foram considerados os sismos de qualquier magnitude. O próprio autor diz (tradução minha)</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq">
<i><span style="font-size: x-small;">Não há dúvidas que a relação causa - efeito precisa entre atividade solar e terremotos é que a primeira atua como mecanismo ativador dos segundos. A distribuição geográfica e as relações tectônicas inibem qualquer dependência causal subjacente entre terremotos e atividade solar. No entanto, é inevitável concluir que o ciclo de atividade solar é significativo <b>embora de forma alguma exclusivo</b> na regulação temporal da liberação de energia acumulada na crosta terrestre. </span></i></blockquote>
O segundo trabalho, más recente, foi realizado por vários autores da Rússia e Bulgária: <a href="http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1474706506000155" target="_blank">Long-period trends in global seismic and geomagnetic activity and their relation to solar activity</a> (<i>Tendências de longo periodo da atividade sísmica e geomagnética e sua relação com a atividade solar</i>), por S. Odintsov, K. Boyarchuk, K. Georgieva, B. Kirov e D. Atanasov, na revista <i>Physics and chemistry of the earth, volumen </i>31 (2006), página 88+.<br />
<br />
Neste trabalho os autores usam diferentes bancos de dados. No primeiro caso é um levantamento dos terremotos na área do Mediterráneo até o século X, realizado por meio de estudos históricos e outras fontes indiretas (ou seja, não há informação da magnitude dos mesmos). Para comparar usam estimações do índice de manchas a partir do ano 300 (o índice só foi estabelecido no século XIX e podemos calculá-lo mais ou menos corretamente desde o ano 1609). O trabalho compreende então os anos 300 até 1000 comparando o total de terremotos durante um período de 11 anos com a estimação do índice para o máximo de atividade. O resultado pode ser visto na figura abaixo.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVGCyWpKElwR0r3Vg4DnG_3XgjNdJ3ge0spdJ_4uSzFzqjkdU_lAtpY2WB0Vm6Ctz8b5yiMOeR7Dacv6RKuAXPdSMDDPggFwkgSa9WIULO5wm1URdeTTZWlvZhcLi0B4UzqMo7X7K0BAc/s1600/SismosSN.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="247" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVGCyWpKElwR0r3Vg4DnG_3XgjNdJ3ge0spdJ_4uSzFzqjkdU_lAtpY2WB0Vm6Ctz8b5yiMOeR7Dacv6RKuAXPdSMDDPggFwkgSa9WIULO5wm1URdeTTZWlvZhcLi0B4UzqMo7X7K0BAc/s400/SismosSN.png" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Número de terremotos acumulados en 11 anos (linha cheia) <br />
e índice de manchas estimado (linha tracejada).</td></tr>
</tbody></table>
À primeira vista pode impressionar, mas, temos que ressaltar que os autores <b>sumaram todos os terremotos num período de 11 anos</b> apagando qualquer variação intra cíclica. A conclusão é que naqueles ciclos de maior intensidade durante o máximo de atividade, podem aumentar significativamente os terremotos, embora não sabemos em qual momento do ciclo. O coeficiente de correlação entre ámbas as séries é 0,47, não muito alto em termos estatísticos, embora a probabilidade de ser ao acaso é inferior a 1% (<i>p</i><0.01). A relação parece, apenas, sugestiva.<br />
<br />
Como segundo passo os autores analisam os terremotos entre 1900 e 1999 e comparam a ocorrência de sismos com o índice de manchas. Eles encontram um aumento na quantidade de terremotos durante o mesmo ano do máximo solar, e <b>três anos depois</b> também. Vejam o gráfico.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghYnJf5blmn_gDiB_xkSRnK7fxK_2RX_bXsAng7yi-V_jSL1vF0ptq03jH_iMSf5aueqGhD2nFrhSxRg6at-lpK5aVdkue_Oa8xj-OHVJd9mFwpeF9P9ENPxd_NIcgSaVjAQsFxSIkUTA/s1600/SismosSN-2.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="252" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghYnJf5blmn_gDiB_xkSRnK7fxK_2RX_bXsAng7yi-V_jSL1vF0ptq03jH_iMSf5aueqGhD2nFrhSxRg6at-lpK5aVdkue_Oa8xj-OHVJd9mFwpeF9P9ENPxd_NIcgSaVjAQsFxSIkUTA/s400/SismosSN-2.png" width="400" /></a></div>
A linha cheia representa o número anual de terremotos de magnitude maior que 7 em médias tomadas durante um ano, relativos ao momento de máxima atividade solar (<i>año=</i>0). A linha tracejada é a média anual do índice de manchas. Têm dois picos, no <i>ano=0</i> (max 1) e no <i>ano=</i>3 (max 2). Também à primeira vista o gráfico impressiona, mas gostaria destacar o seguinte: a média anual de terremotos é 20 com um desvio padrão <i>S=</i>7. A média de terremotos durante max1 é 22,6 com <i>S</i>=8 e o de max2 é 21,3 com <i>S</i>=9. Estatisticamente uma distribuição aleatória tem uma probabilidade de quase 70% de estar entre a média mais ou menos o desvio padrão <i>S</i>. Em outras palavras, a figura é sugestiva, mas estatisticamente irrelevante porque as três médias têm grande probabilidade de serem iguais. O artigo ainda continua com outras análises, intentando mostrar a relação causal (supõem dois <i>drivers</i>: <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/Sol.html#activo" target="_blank">ejeções de massa coronal e o vento rápido solar</a>) mas eu vou parar por aqui, porque seus argumentos não terminam de me convencer e também não quero os leitores fugindo em massa desta página.<br />
<br />
<b>Conclusões.</b> Simpson encontrou um pico de frequência de terremotos dois anos depois do máximo do ciclo solar, já Odintsov e colegas, encontram o pico de sismos durante o mesmo ano do máximo. Os trabalhos são contraditórios. A relação, tão sequer estatisticamente, está lonje de ter sido comprovada.<br />
<br />
E a respeito das profecias de 2012? Aceitando as conclusões de Simpson, os efeitos só se farão sentir em 2015 (dois anos depois do máximo esperado para maio de 2013). Se seguimos a Odintsov, por outro lado, a primeira correlação que eles obtêm mostra que o número de terremotos é proporcional ao índice de manchas durante o máximo: o presente ciclo solar é muito pobre em manchas, espera-se um índice máximo um terço menor que o anterior, que já foi um terço inferior a seu predecessor. O máximo de atividade solar dos últimos 400 anos se deu durante o ciclo cujo máximo aconteceu na década de 50. Então, se sobrevivemos àquela época, creio que poderemos sobreviver à atual. </div>Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-29557526887210393042012-02-20T01:32:00.002-02:002012-02-20T01:32:23.771-02:00Terremotos e tempestades solares - I<div style="text-align: justify;">
Uma versão sacude a Internet e até ganhou destaque na mídia nos últimos tempos. Tomei conhecimento dela a semana passada assistindo o <i>Globo Reporter</i>, programa que me gerou um grande desgosto e por isso <a href="http://ahoraultima.blogspot.com/2012/02/glofecias-2012-o-cambalache-global.html" target="_blank">abri um post </a>.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Reconheço que é necessária muita imaginação para pensar que os terremotos podem ser produzidos pela atividade solar, seja por meio de <i>explosões</i> ou <i>ejeções de Massa Coronal</i>. Seguramente por esse motivo é que me escapou esta especulação que é tão útil para os que aguardam o fim do mundo em dezembro de 2012. </div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGAFsamj6Yao1a78UCdPxoc_hVV9pz2N6e4suOueCfEtn_1uN3lmswqaDKGmr3NI_ZD1IHd1q6bEchjOgKbf5BMGZkS4Is22o1KGAJ5N8oXsoUE3sxEL_pYU7GJ8Hme50n-PUPC2Quk0k/s1600/Earth_internal_structure.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGAFsamj6Yao1a78UCdPxoc_hVV9pz2N6e4suOueCfEtn_1uN3lmswqaDKGmr3NI_ZD1IHd1q6bEchjOgKbf5BMGZkS4Is22o1KGAJ5N8oXsoUE3sxEL_pYU7GJ8Hme50n-PUPC2Quk0k/s320/Earth_internal_structure.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption">Esquema do interior terrestre. Os continentes <br />
estão na crosta (litosfera).<br />
(<a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Lithosphere">Obtido da Wikipedia</a>, el 14/02/2012)</td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Vejamos. Nossa Terra não solidificou completamente, seu núcleo está a alguns milhares de gráus e a maior parte de seu interior é uma espécie de flúido viscoso. Nosso chão, a base sobre a que estamos parados, sobre a que construimos prédios de centenas de metros de altura e sobre a que erguem-se montanhas de milhares de metros, o assento de nossa confiança no Universo, é o setor mais fino do Globo, uma camada de centenas de km que flutua acima desse <i>mar betuminoso </i>de milhares de km de profundidade. A <i>litosfera</i>, como se chama esta camada sólida que é também nosso solo, está dividida em <i>placas tectônicas.</i> E estas placas se movimentam de acordo a pressões internas e das placas vizinhas. A energia para gerar este movimento resulta das forças que surgem do
calor interno e do movimento por convecção do <i>manto terretre</i>. Lentamente, ao longo de séculos, as placas vão modelando a superfície da Terra. Esse movimento, que não passa de alguns milímetros por ano no melhor dos casos, necessariamente produz tensões, a maior das vezes insensíveis para nossos sentidos. De vez em quando, no entanto, a energia liberada é, para
nossa pequena escala humana, demasiadamente grande: nossos edifícios quebram-se em pedazos e caem, nossas estradas se quebram ao longo de imensas ranhuras, e, principalmente, nosso sentido de segurança se ve abalado. Os jornais enchem de manchetes gigantescas: "<i>Abalo sísmico de magnitude XXX acontece na M e deixa NNN mortos</i>". Os tsunamis, são as ondas marinas produzidas como consequência de alguns terremotos.</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNpOKD-fHVQxOELCGlZpf1Ozmz2SydISqCKoOjXZNgAtp74oHhTfsk7Reg8PphRjRaiDpDjUXhrZOg7b6i_bve3Z9UMp3yVz9QslIwU_RRDPUZMZLpZ4B4xv_tx1ZgmTrybCAfzXcW-dU/s1600/Global_plate_motion_2008-04-17.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNpOKD-fHVQxOELCGlZpf1Ozmz2SydISqCKoOjXZNgAtp74oHhTfsk7Reg8PphRjRaiDpDjUXhrZOg7b6i_bve3Z9UMp3yVz9QslIwU_RRDPUZMZLpZ4B4xv_tx1ZgmTrybCAfzXcW-dU/s320/Global_plate_motion_2008-04-17.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Velocidad de deriva de los continentes. <br />
(<a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Plate_tectonics">Obtenido de la Wikipedia</a>, el 14/02/2012)</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Ou seja, <i><u>um terremoto surge pela atividade interna da Terra</u></i>. A única forma de alterar este processo natural seria modificando a dinâmica interna. De qualquer forma eu acho que as escalas temporais são bastante grandes, centenas de anos no mínimo, se não milhares ou ainda mais: uma excitação hoje, se faria sentir só dentro de milhares de anos. Então, onde entra uma perturbação externa como disparador de terremotos? <b>Em lugar nenhum.</b> </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
As explosões solares são processos de liberação de energia na forma de ondas electromagnéticas (<i>luz</i>), e partículas subatômicas de alta energia (elétrons e prótons). Nem as ondas electromagnéticas conseguem atravezar a casca terrestre (nem sequer chegam no fundo dos oceânos) nem as partículas subatômicas penetram além de alguns km. <b>Se nenhuma das duas formas de energia chega ao manto, não têm como incidir na produção de terremotos. </b>Então a resposta à pergunta do título deste post é um <b>NÃO </b>unânime.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Mas... <i>sutil é o Senhor</i>, dizia Einstein. Alguns pesquisadores acreditam ter achado alguma evidência de que as explosões solares podem disparar terremotos. Esse tema nos ocupará no próximo post. Por enquanto, continuamos com a especulações, </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Há um tipo de partícula que chega até o próprio núcleo terrestre: o <a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Neutrino" target="_blank">neutrino</a>. O problema é que o neutrino, a partícula mais leve do Universo, e que não possui carga, quase não interage com a matéria. Por esse motivo é que escapa do interior ainda mais denso do Sol e atravesa a Terra como se fosse um papel de seda. E por esse motivo os espertos roteiristas do filme <a href="http://www.imdb.com/title/tt1190080/" target="_blank">2012</a> imaginam uma mudança no comportamento dos neutrinos que aumentam seu intercâmbio com o núcleo terrestre, incrementando sua temperatura, o que se traduz em novos movimentos tectônicos e assim numa interminável, imediata e incrível sucessão de gigantescos terremotos.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Só que os neutrinos são produzidos em grande quantidade no núcleo solar sem relação com as explosões, fenômeno eminentemente superficial. Os neutrinos são un subproduto da <a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Fusi%C3%B3n_nuclear" target="_blank">fusão nuclear</a> que, apartir de quatro prótons, forma um núcleo de He<sup>4</sup> no chamado <i>ciclo p-p.</i> </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
De qualquer forma não há de que se preocupar, os detectores de neutrinos não encenderam nenhum sinal de alarma. E isso que, é bom lembrar, em torno de um milhão (1.000.000) de neutrinos atravesam nosso corpo a cada segundo. </div>Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-28110053560292277092012-02-11T01:50:00.001-02:002012-02-12T11:15:01.178-02:00Glofecias 2012: o Cambalache Global<div style="text-align: justify;">
Se alguem faltava nesta história de profecias maias era a TV Globo. Na sexta feira 10 de fevereiro o Globo Reporter falou delas e dentre os entrevistados, minha colega do CRAAM, Adriana Válio. Em 60 minutos tivemos as testemunhas de pessoas no Brasil e nos EUA que estão esperando a catástrofe do 21 de dezembro de 2012. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Num pequeno vilarejo em Alto Paraiso (GO), a comunidade se prepara espiritualmente acreditando que ali, no alto da serra os terremotos, tsunamis ou tempestades de 21 de dezembro de 2012 não os atingirão. Conhecemos um alemão e uma suiça que abandonaram suas confortáveis residências europeias pela segurança e natureza do cerrado goiano. Também uma bancária bahiana que foi pra lá esperar o fim do mundo em 2000, que como todos nós sabemos não chegou, se estabeleceu como corretora de imóveis e acredita que agora há maior certeza do Fim do Mundo. No momento, contínua vendendo propriedades, <i>Carpe Diem</i>, claro. Por último há um engenheiro elétrico, físico quântico autodidata, também <i>especialista</i> em explosões solares que constroi uma casa ecológica para se presevar <i>da catástrofe que produzirá a crescente atividade solar que provocará um caos geomagnético, terremotos e demais pragas naturais</i> que ele assegura acontecerão. Do Rio de Janeiro, uma economista se muda para o Mato Grosso do Sul esperar o Apocalípse, longe da praia que será invadida por uma onda gigante que destruirá a cidade. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Nos EUA, uma familia armazena alimentos e se prepara para fugir a um refúgio natural em meio de um alerta nuclear. Outra americana também acredita que o Fim do Mundo está próximo, mas por causas econômicas, por isso também guarda alimentos para sobreviver vários meses. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Em meio deste coro de afirmações supersticiosas apocalípticas, alguma voz moderada? Sim, uma astróloga que declara que haverá mudança, mas que ela será espiritual. Ou uma comunidade mística que segue um calendário lunar e também acredita que em 21 de dezembro acontecerá uma mudança espiritual para o bem, sem explicar qual é a relação entre as fases da Lua, base do seu calendário, e o Solstício (fenômeno evidentemente <i>solar</i>) que segundo os modernos intérpretes da antiga cultura mesoamericana marcará o fim de uma era. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
E alguma voz do mundo científico? Misturados com a turma alarmista, um arqueólogo da UFMA nos explica que os maias esperavam o retorno de um Deus, mas não o fim do mundo. Crianças saindo do Planetário do Rio afirmam que o Mundo não irá acabar porque já foi anunciado muitas vezes seu fim e nunca aconteceu e um astrônomo diz que o Apocalípse será dentro de 4,5 bilhões de anos. Mas isso é bem no início do programa. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Depois das testemunhas daqueles que têm certeza que o Sol enviará um raio mortal, um funcionário da NASA americana, falando em espanhol, tenta tranquilizar: "nada de grave acontecerá". E no centro de São Paulo, a Dra. Adriana Válio, professora universitária com muitos anos de estudar científicamente explosões solares, com formação em centros acadêmicos nacionais e internacionais e publicações em méios especializados, é mostrada enquanto monta um instrumento de observação. Com uma expressão preocupada, Adriana diz: "os efeitos na Terra são sérios" e passa a enumerar os riscos de apagões, de corte nas comunicações, etc, enquanto <i>movies</i> de erupções solares captadas pelo Solar Dynamic Orbiter nos fazem arrepiar. Quanto durou a intervenção da <b>única </b>especialista em atividade solar entrevistada pela Globo? <b>Menos de dois minutos e, no máximo, duas frases</b>, porque o resto foram imagens. <i>As frases foram tiradas de contexto. <b>As frases foram utilizadas para reforçar a mensagem apocalíptica.</b></i></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Para fechar, um paulistano, no meio da maior urbe americana, se prepara em casa para enfrentar a falta de energia elétrica no final do ano. Essa é a conclusão da reportagem: melhor se preparar, o fim está a chegar. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
No início do século XX, na Buenos Aires inundada de imigrantes europeus de baixos ingressos, proliferou um tipo de loja parecido com o bazar árabe, mas de má reputação: o <i>cambalache</i>. <a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Disc%C3%A9polo" target="_blank">Enrique Santos Discépolo</a>, autor de excelentes tangos, estendeu seu reinado ao compor uma milonga com esse nome, comparando o nascente século XX com os cambalaches onde tudo se misturava: "<i>tudo dá igual, nada é melhor, é o mesmo um burro que um ilustre professor"</i> diz desapontado Discépolo. E resume seu desencanto com a modernidade dizendo: "<i>Igual que na vitrine irrespetuosa dos cambalaches bagunçou a vida, e ferida por um sabre sem rebites vi chorar a Biblia juntou ao aquecedor</i>."</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Chegando o Carnaval a Globo decidiu sair na rua com um bloco cheio de falsos profetas, o <i>Bloco das</i> <i>Glofecias</i>: <i>cambalache</i> que mistura grotescos e patéticos personagens que em vez de marchinhas e sambas entoam marchas fúnebres, com profissionais que dedicam sua vida a estudar cientificamente a natureza. A voz destes últimos ficou apagada pelo barulho da bateria supersticiosa. Espero que para a maioria que assistiu tamanha demonstração de manipulação informativa, tenha ficado a ideia de que tudo não se trata mais do que da <i>Novela das 11</i>, ou melhor, de uma <i>Sessão da Noite,</i> com um filme de roteiro incomprensível. </div>
<br />Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-11229113529890312242012-02-01T23:27:00.002-02:002012-02-02T09:25:44.195-02:00As Sete Profecias Maias: IV - Vênus e a Atividade Solar<div style="text-align: justify;">
Segundo o site <a href="http://www.profecias-mayas.com/" target="_blank">Profecias Mayas</a>, a quarta profecia mistura a órbita de Vênus com a atividade solar. Ele afirmam (<a href="http://www.profecias-mayas.com/cuarta_profecia_maya.htm" target="_blank">ver o texto completo em espanhol aqui</a>)</div>
<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq">
<i><span style="font-size: x-small;">Os maias basearam seus cálculos no giro de quinhentos e oitenta e quatro
dias do planeta Vênus para calibrar seus cálculos solares. Vênus é um
planeta facilmente visível no céu porque sua órbita fica entre a Terra e o Sol. Eles deixaram registrado no códice Dresden que cada 117 giros de Vênus marcados cada vez que aparece no mesmo
sítio no céu, o Sol sofre fortes alterações, aparecem enormes
manchas ou erupções de vento solar. Advertiram que cada 1.872.000
kines ou 5.125 anos acontecem alterações aínda maiores e o homem precisa ficar alerta, é o presságio de mudanças e
destruição. </span></i></blockquote>
</div>
<div style="text-align: justify;">
Como mencionamos <a href="http://ahoraultima.blogspot.com/2011/12/o-transito-de-venus-em-2012.html" target="_blank">num post anterior</a>, usando um trânsito de Vênus, pode-se determinar a distância Terra - Sol, mas não temos evidência alguma de que exista qualquer relação com a <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/Sol.html#activo" target="_blank">atividade</a> do Sol. A <i>profecia</i> vai ainda mais longe y afirma que a <i>cada 117 giros de Vênus [...] o Sol sofre fortes alterações, aparecem enormes manchas ou erupções de vento solar.</i> Interpreto que os 117 giros de Vênus, referem-se ao seu <a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Sin%C3%B3dico" target="_blank">periodo sinódico</a>, ou seja, o tempo que leva o planeta em voltar à mesma posição a respeito do Sol quando é observado desde a Terra. Como o texto corretamente diz, são quase 584 dias que multiplicados por 117 dá 68.328 dias, mais ou menos 187 anos. Este periodo não corresponde a nenhum ciclo solar conhecido. O Sol aumenta e diminui a atividade de suas camadas externas (chamadas em conjunto de atmosfera) num periodo de 11 anos em média, durante o qual sua superfície passa de estar bastante coberta de manchas (máximo) a não ter praticamente nenhuma (mínimo). O texto segue dizendo :</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq">
<i><span style="font-size: x-small;">No códice Dresden também aparece o número 1.366.560 kines que tem
uma diferença de um katun, 20 anos, com o número que aparece no
templo da cruz, correspondendo esta diferença ao periodo do tempo
que chamavam tempo de não tempo, que é nosso tempo desde
1992, as mudanças na atividade do Sol serão mais fortes, porque as proteções que temos no nível planetário estão enfraquecendo, o
escudo eletromagnético que nos protege está diminuindo sua intensidade</span></i>.</blockquote>
</div>
<div style="text-align: justify;">
Que dizer, segundo a suposta profecia, há vinte años que a atividade solar está aumentando e as defesas terrestres estão enfraquecendo. <b>No entanto é exatamente o contrário que estamos observando!</b> Deste tema <a href="http://ahoraultima.blogspot.com/2012/01/as-7-profecias-maias-i-o-aumento-da.html" target="_blank">falamos num post anterior</a>. O <i>escudo eletromagnético</i> deve ser o Campo Magnético terrestre, cuja intensidade diminuiu levemente nos últimos 100 anos, mas longe está de ser preocupante. <a href="http://www.horaultima.decoelum.net/portugues/Geomagnetismo.html" target="_blank">Uma descrição do mesmo pode ser encontrarla aqui.</a> Por último, para fundamentar a afirmação de que as defesas están ficando cada vez mais fracas, o texto afirma:</div>
<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq">
<i><span style="font-size: x-small;">A produção de ozônio na ionosfera que impedia os raios
ultravioletas, diminuiu e apareceram enormes buracos sobre os pôlos permitindo a chegada dos raios do Sol na superfície do
planeta. A atividade do homem está alterando a composição da
atmosfera, produzindo o chamado efeito estufa que aprisiona o calor e aumenta a temperatura. Todos estes fenômenos, acontecendo
simultaneamente, produzirão alterações no clima e um aumento de
temperatura nos mares, o que derretirá mais rapidamente o gelo nas calotas polares. Isto causará um aumento no nível dos mares,
provocando inundações nas regiões costeras e a modificação
morfológica dos continentes onde vivemos. Os maias escreveram que esta
seria a maneira em que nosso planeta será limpo e reverdecerá por
toda parte.</span></i></blockquote>
</div>
<div style="text-align: justify;">
O problema da redução da camada de Ozônio, também conhecido como <i>Buraco de Ozônio</i>, tem uma origem bastante anterior ao año 92. Em 1978 foi assinado o primeiro acordo para chegar a uma solução posível: a elimininação dos gases baseados no cloro-fluor-carbono (CFC). Os satélites que monitoram a atmosfera parecem mostrar que o <i>buraco</i> desapareceu, embora não descartam retornos produzidos por gases remanescentes. Depois, os profetas afirmam que <i>a atividade do homem está [...] produzindo o efeito estufa.</i> Este é um erro típico. Vou me explicar com mais de detalhes abaixo.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Sem o efeito estufa, a Terra seria como a Lua, um enorme deserto com picos de temperatura de 150 C y mínimas de -150 C. O efeito estufa é absolutamente necessário para o desenvolvimento da vida e não é produto da atividade humana, muito pelo contrário é completamente natural. De todos os gases atmosféricos, o mais destacado é o vapor d'agua, com mais de 33% e até um 66% de responsabilidade no processo. Em segundo lugar está o dióxido de Carbono, CO<sub>2</sub>, com um 9 a 26%. Em terceiro lugar encontramos o Ozônio! O mesmo gás que parece ser tão benéfico para deter os raios ultra-violetas, pode aumentar o efeito estufa. Hoje em dia discute-se (alguns acreditam que as evidencias já são incuestionáveis, mas esse é outro debate) se a queima de combustíveis liberou uma quantidade de CO<sub>2</sub> tão grande que está acelerando o efeito, aumentando as temperaturas da superfície da Tierra. Se assim for, esperariamos que estes últimos anos, enquanto a profecia se aproxima, o efeito fosse mais claro. E no entanto acontece o contrário, como comentamos no post anterior, <a href="http://ahoraultima.blogspot.com/2012/01/as-sete-profecias-maias-iii-o.html" target="_blank">a temperatura média da Terra deteve o incremento nos últimos 10 anos</a>, apesar de que as emisões de CO<sub>2</sub> não param de aumentar. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O texto alerta ainda que o derretimento das calotas polares produzirá um aumento do nível do mar. Outro erro, as calotas polares estão flutuando, logo, se derretessem, não criariam elevação nenhuma. O gelo da Antártica, por outro lado, está aumentando, não diminuindo. O aumento do nível dos oceanos pode ser ocasionado pelo derretimento das geleiras. Embora esse é um tema bem controverso. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
A última frase resulta incomprensível de acordo com o quadro retratado: <i><span style="font-size: x-small;"><span style="font-size: small;">os maias disseram que esta
seria a forma em que nosso planeta seria limpo e reverdeceria por
toda parte. </span></span></i><span style="font-size: x-small;"><span style="font-size: small;">Ora, se a temperatura do planeta aumenta, e a camada de Ozônio desaparece, deixando passar mais radiação ultra-violeta, e se a atividade solar aumenta gerando grandes riscos para a humanidade, como pode ser que, de repente, o Mundo se torne uma imensa floresta? </span></span></div>
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-size: small;">Mais elementar que isto, minha pergunta é, por qué os maias tiveram a <i>capacidade</i> de prever a ascenção e queda de uma civilização <i>ocidental</i> aínda desconhecida por eles e não alertaram para os perigos que traria a invasão espanhola que iria acontecer poucos anos mais tarde? Por qué estariam tão preocupados con uma civilização que já não mais seria a própria, quando pocos anos mais tarde a sua seria ameaçada de extinção? Ou será que nunca imaginaram que a própria existência estava em grave perigo? Não é a melhor carta de apresentação para seus profetas. </span></span></div>
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span>Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6415691040766693924.post-55780588358867690132012-01-16T00:40:00.003-02:002012-05-19T23:12:45.617-03:00As Sete Profecias Maias: III - O aquecimento global<div style="text-align: left;">
Dando sequência a análise das sete profecias maias segundo o site <a href="http://www.profecias-mayas.com/tercera_profecia_maya.htm" target="_blank">Profecías Mayas</a>, a terceira fala do <i>Aquecimento Global </i>(a tradução é minha):</div>
<i> </i><br />
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><i>A terceira profecia maia diz que uma onda de calor
aumentará a temperatura do planeta, produzindo mudanças climáticas, geológicas e sociais numa magnitude sem precedentes, e a uma velocidade assustadora, os
maias dizem que o aumento da temperatura dar-se-a pela combinação de vários
fatores, um deles gerados pelo homem que em sua falta de sincronismo com a natureza só pode produzir processos de auto destruição, outros fatores
serão gerados pelo sol que ao acelerar sua atividade pelo aumento de sua
vibração produz mais que radiação, aumentando a temperatura do planeta.</i>
</span></div>
</blockquote>
<div style="text-align: justify;">
Quer dizer, segundo o texto acima, os maias preveram que em 2012 a futura civilização, desconhecida ainda por eles porque o homem europeu ainda não tinha aportado na América, iria a produzir uma desordem climática universal catastrófica, ajudado por uma atividade solar inédita, da qual os maias jamais mostraram conhecimento algum. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Como já comentamos no primeiro post desta série (<a href="http://ahoraultima.blogspot.com/2012/01/as-7-profecias-maias-i-o-aumento-da.html" target="_blank">As Sete Profecias Maias: I - O aumento da atividade solar</a>) a atividade solar está em clara diminução desde 1989 em diante. Ou seja, esta parte da terceira profecia é incorreta. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
No entanto a referência a um aumento da temperatura produzida pela atividade humana pareceria estar de acordo com as notícias que diariamente recebemos da mídia: hoje em dia, a maior parte das catástrofes <i>naturais</i>, sejam tornados, inundações ou secas, são atribuidas ao <i>Aquecimento Global</i> ou, em sua forma mais generalizada ao <i>Câmbio Global.</i> O filme <i>O dia depois de amanhã</i> colocou frente à opinião pública de milhões de pessoas do mundo inteiro como seria complexa essa trama que em algumas regiões traria um aumento de temperatura enquanto que em outras sucederia exatamente ao contrário. Ao mesmo tempo o <a href="http://www.ipcc.ch/" target="_blank"><i>Painel Intergovernamental para o Câmbio Climático</i></a>, redige e divulga relatórios periodicamente baseados em estudos científicos alertando sobre os riscos do aumento da temperatura global, que poderiam fazer com que nos próximos 100 anos, se o ritmo não se alterar, centenas de milhões de pessoas devam abandonar suas casas por culpa do aumento no nível do mar, outros tantos morram por culpa de epidemias provocadas por um aumento da população de insetos, e outros mais morram de fome por culpa das estiagens prolongadas, etc... Um cenário apavorante. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Embora esta é a <i>história oficial</i>, eu tenho alguns problemas com a interpretação. Num post anterior (<a href="http://ahoraultima.blogspot.com/2009/12/apocalipse-2009.html" target="_blank">Apocalipse 2009</a>) já me expressei a respeito. E tem mais, a <b style="color: red;">temperatura global não aumentou significativamente nos últimos 10 anos</b><span style="color: red;">.</span> Para ilustrá-lo apresento no gráfico abaixo, gerado por meio de aplicativo do site <a href="http://www.woodfortrees.org/plot/" target="_blank">Wood for Trees</a>, a <i>anomalia</i> <i>térmica</i> (variação de temperatura respeito do valor <i>normal</i>) ao longo dos anos 1950 até 2010. Os dados graficados na cor vermelha são produzidos pela NASA (<a href="http://data.giss.nasa.gov/gistemp/" target="_blank">gistemp)</a> e em verde pela Universidade de East Anglia no Reino Unido (<a href="http://www.cru.uea.ac.uk/cru/" target="_blank">hardcrut</a>). Do gráfico percebe-se um aumento da temperatura entre 1950 e 2010 de aproximadamente 0,6°C. Como, segundo o IPCC, o aumento entre 1905 e 2005 foi de 0,74°C, segue que a maior parte aconteceu depois de 1970 e é atribuido à atividade humana. </div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVFl00jEIkKTmVO2g7pVSX9n_tD_U1rebB8COobJZpLDBxZTWhljZA9rgweXH8Na821BC1Hx1kQFkZTPZMvgkW2T2Za7uUWaywEmECDgphMxz36hcxJ_kPLBYfyckGsMUvpDHAJr7Sx2k/s1600/Gtemp-1950-2010.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVFl00jEIkKTmVO2g7pVSX9n_tD_U1rebB8COobJZpLDBxZTWhljZA9rgweXH8Na821BC1Hx1kQFkZTPZMvgkW2T2Za7uUWaywEmECDgphMxz36hcxJ_kPLBYfyckGsMUvpDHAJr7Sx2k/s640/Gtemp-1950-2010.png" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No entanto, olhando detenidamente a figura, vemos que o aumento ocorreu entre 1970 e 2000 aproximadamente, depois a temperatura estabilizou. Para corroborá-lo, graficamos abaixo o período 1990 a 2010 unicamente.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgucviVls-lng_I6IwTf6UVxpQKAoiiYTd1ijiZBwIlWTHKGIw-RXuNkU4fbml5AJ9gGJgxiswKsXUQt5Bjfzh7_TRv4w-A0jS0iEcODO1EFsvQ7FhR8AsT2UwtUjz4p6F-ctAqoJgp-ps/s1600/Gtemp-1990-2010.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgucviVls-lng_I6IwTf6UVxpQKAoiiYTd1ijiZBwIlWTHKGIw-RXuNkU4fbml5AJ9gGJgxiswKsXUQt5Bjfzh7_TRv4w-A0jS0iEcODO1EFsvQ7FhR8AsT2UwtUjz4p6F-ctAqoJgp-ps/s640/Gtemp-1990-2010.png" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Observem que em 1998 houve um pico de temperatura que começa em 1996 que é seguido de varios anos de baixas, tendência que se se inverte em 2001. A partir desse ano há esporádicos máximos (2002, 2007) como mínimos (2005, 2008). A tendência, no entanto, não é clara. <b>Ou melhor ainda, a tendência é a estabilidade.</b> Esta estabilidade na temperatura média do planeta está preocupando aos climatólogistas porque não se enquadra no <a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Efecto_invernadero" target="_blank">modelo de efeito estufa</a>: no mesmo período as emissões de <b>CO<sub>2</sub></b>, gás considerado responsável pelo incremento do efeito nas últimas décadas, aumentou um 45% atingindo um nível recorde em 2010 segundo estudo divulgado pelo <a href="http://ec.europa.eu/dgs/jrc/index.cfm" target="_blank">Centro Europeu Conjunto de Pesquisas (JRC)</a>. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
No que nos ocupa aqui, com un fenômeno <a href="http://es.wikipedia.org/wiki/La_Ni%C3%B1a_%28clima%29" target="_blank">La Niña</a> muito forte, é muito improvável que 2012 mostre um aumento da temperatura global. No haverá então nenhuma <i>onda de calor</i>. É difícil saber o que virá nos próximos anos. Pode-se argumentar que se não acontecer em 2012, será em 2050 ou em 2100, como alerta o IPCC no último relatório, se medidas não são tomadas. Mas, qual é valor preditivo de uma profecia esperada em 2012 que acontece em 2100? </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Esta é mais uma confirmação de que as supostas <i>profecias maias,</i> nada mais são que um telão onde projetamos nossos próprios temores. </div>Guillermo Giménez de Castrohttp://www.blogger.com/profile/18258319804143250888noreply@blogger.com0