viernes, 1 de mayo de 2009

2012

Áspero é o rosto de Deus este dia e ásperas as coisas que traz.
Registro maia para o dia 5 Ahau.

Em Calendário Gregoriano 21 de dezembro de 2012, 11:11 GMT, em Calendário Maia 13,0,0,0,0 e em Dia Juliano 2.456.282,9659722229. Esta é a cifra da nova Besta, aquela que virá para acabar com a humanidade. Não será um monstro de 7 cabeças e 10 chifres desta vez. Dizem que três conjunções nos aguardam quando chegarmos ao fim da contagem longa do calendário maia: o solstício, um alinhamento com o plano galático, o máximo da atividade solar. E que acontecerá nesse dia: o Fin ou um Novo Início?

Desde que sou criança leio sobre preságios de Fim de Mundo. Cresci com o temor de que uma guerra nuclear acabara com la civilização. E confesso que durante minha infância e juventude nunca fiz planos para além do ano 2000. Era intituivo, não tinha nada de racional.

Em certa forma é razoável a preocupação com o Fim do Mundo. Somos mortais, nossa única certeza é a de nossa própria morte. Ao longo da vida vamos, primeiro nos acostumando à ideia de morrer, depois, nos preparando de alguma maneira para nosso último ato. Preve-lo, pensa-lo, é uma forma de vence-lo, talvez. Assim também atuamos em relação ao Mundo. Antecipar seu fim nos dá uma espécie de tranquilidade.

E agora estamos sendo colocados diante de um novo marco. Depois de vencer a pasagem do milênio com certa integridade, espera-nos outra data magna em poucos anos. O que ela tem de particular? Bom, simplesmente que uma folha do calendário maia deve ser descartada, e começa uma espécie de Ano Novo. Um ano de 1.872.00 dias que, segundo arqueólogos modernos, teria começado em 13 de agosto de 3114 A.C. Como todo Ano Novo, seguramente os maias temeram o que viesse depois. Deixaram presságios, fórmulas para esperar um acontecimento tão importante. Promessas para melhorar nossa sociedade, e votos para terminar com os medos e as doenças. Talvez pensaram seriamente que viria um Fim de Mundo. De qualquer forma, mais de 1000 anos os separava da data temida. 2012 era para eles tão distante como o Big Bang é para nós.

A cultura que gerou esta tradição hoje não existe mais (embora os maias sim continuam a existir, como podemos comprovar viajando a México, Guatemala ou Belize), mas nossa sociedade neurótica de medos, recuperou seus mitos. Quem sabe se os interpretamos corretamente. As crenças só têm sentido dentro do ambiente em que foram criadas.

Enquanto isso Google informa que mais de 1 milhão de páginas de Internet contêm as palavras 2012 e apocalipse (procurei em português, espanhol e inglês). Contadores regressivos mostram quantos dias, horas, minutos e segundos faltam. Intérpretes competem por dar a melhor versão.

E eu observo este quadro um tanto desolador e me pergunto como evitar tanta ansiedade desnecessária...

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