viernes, 17 de enero de 2014

Voltando para a Lua

A farsa da viagem lunar não tem fim.  Quarenta e cinco anos após a chegada do homem à Lua, a controversia se alastra, parece até aumentar.  Neil Armstrong não pode descansar em paz, perseguido pela acusação de ter fraudado a Humanidade inteira quando disse "um pequeno passo para um homem, um grande passo para a humanidade".  E os outros 11 astronautas que andaram sobre o solo lunar, não conseguem desfrutar sua popularidade por causa de um infundado mito que afirma que as missões Apollo foram uma grande montagem de Hollywood aliado à NASA (tem quem afirma que Stanley Kubrick estava atrás das câmeras) para nos fazer acreditar que os americanos pousaram na Lua.

Recentemente, aproveitando fotografias da sonda lunar chinesa Chang'e 2 o jornalista da Folha de São Paulo, Salvador Nogueira, publicou um artigo em seu blog Mensageiro Sideral dando mais motivos para acabar com o ceticismo das viagens tripuladas à Lua:  Mais 5 provas da ida do Homem à Lua.  O que seguiu foi uma tempestade de comentários, réplicas e tréplicas que deu vertigem.  Em menos de 48 hs, um total de 187 diferentes comentaristas (não podemos saber se se tratou do mesmo número de pessoas, acredito que é possível criar falsos avatares)  tinham submetido em torno de 500 comentários, ou seja, 10 por hora, ou melhor, 15, se consideramos que as pessoas dormem umas 8 hs por dia!!

Muitos comentários eram extensos e elaborados, tanto a favor quanto em contra da veracidade da história oficial.  Em geral podemos classificá-los em quatro tipos diferentes:
  1. Persuadidos: Aqueles que estão, sem sombra de dúvida, convencidos da chegada do homem à Lua.
  2. Céticos: Aqueles que estão, sem sombra de dúvida, convencidos da fraude lunar.
  3. Dubitativos: Aqueles que duvidam da história mas também não engolem os argumentos dos céticos.
  4. Neutros: Aqueles que emitiram comentários que não podem ser colocados em nenhum dos grupos anteriores.  
O grupo dos dubitativos deve ser incorporado ao dos céticos: não acho razões para questionar a realidade  das viagens humanas para a Lua, é um fato histórico fartamente documentado. Juntando então em três categórias resulta

Persuadidos 88 47,1 %
Céticos 72 38,5 %
Neutros 27 14,4 %

Embora o número dos persuadidos é superior, resulta incrivelmente alto o número dos céticos. Descontando os neutros o resultado da: 55% de persuadidos para 45% de céticos. É uma porcentagem muito grande para um evento histórico comparável com as expedições aos polos geográficos no início do século XX (R. Amundsen, R. Scott), a travessia por baixo do Ártico em submarino nuclear (1958), ou a descida a mais de 10.000 m no fundo do mar  em 1960.  É mais preocupante se lembramos que os leitores da Folha de São Paulo são pessoas com ensino médio concluido, a maioria deve ter um diploma universitário, lê e se informa.  Seria muito fácil chamá-los de ignorantes. Mas estaria errado. 

Como pôde o maior sucesso da tecnologia recente virar um mico? Lendo os comentários céticos, a maior fonte de suspeita é a conclusão das viagens. Por que não retornamos nunca mais? Involuiu a tecnologia? - se perguntam. Se o computador mais poderoso dos anos 70, que precisava de uma sala imensa para ser alojado, cabe hoje dentro de um aparelho do tamanho de uma caixa de fósforos, como pode ser que a tecnologia espacial não evoluisse na mesma proporção? afirmam irritados achando que esta é a maior demonstração que tudo foi uma história da carochinha.  

Pois é.  A tecnologia aeroespacial evoluiu muito menos que a dos computadores.  Não são apenas os foguetes que continuam a ser caros e pouco seguros, os aviões também avançaram muito pouco nos últimos 40 anos. Traçando uma breve história da aviação temos: pimeiro vôo do mais pesado que o ar, 1906,  aviação comercial, 1920, aviões a jato comerciais, 1960. De lá pra cá, pouca novidade. O esperado Concorde, o avião mais rápido que o som, foi um rotundo fracasso comercial.  Cadê o jato estratosférico que iria fazer a travessia São Paulo - Tókio em 3 horas?   

O programa Apollo mostrou que a viagem tripulada à Lua é possível, mas custou 25 Bilhões de dólares ao estado norte-americano.  Quando foi encerrado em 1975, a ideia era construir uma estação espacial, um porto fora da superfície para facilitar as viagens, e um transbordador que permitisse ir e vir até o espaçoporto em órbita.  O transbordador espacial, oficialmente lançado em 1981,  se mostrou caro e pouco seguro, e foi abandonado em 2011. A NASA ainda não definiu o novo sistema de lançamento.  Enquanto isso, os astronautas sobem e descem usando as naves russas Soyuz, cujo design tem mais de 50 anos!  

Hoje em dia, realizar o programa Apollo novamente teria um custo de 170 Bilhões de dólares.  O retorno econômico deste investimento não é claro.  Por isso mesmo se espera muito da iniciativa privada e da capacidade de inovação da indústria.  Provavelmente a exploração da Lua, seja lucrativa quando dominemos melhor a tecnologia da viagem espacial.  Até lá, os céticos acharão motivos para contestar a história.

Domingo 26 de janeiro.   Se minha teoria está certa, os más céticos deveriam ser os mais jovens.   No fim das contas, nós, que vivemos aquelas jornadas épicas dos anos 1970, temos uma percepção mais forte de sua realidade.

Segunda feira 27 de janeiro. É interessante como algumas histórias são mais aceitas que outras. No mundo anglosaxão credita-se o primeiro voo de um objeto mais pesado que o ar (avião) aos irmãos Wilbur e Orville Wright, que teria acontecido em 17 de dezembro de 1903, em Kitty Hawk, Carolina do Norte.  Não há testemunha nenhuma do evento, apenas as memórias escritas dos irmãos inventores. Enquanto isso, a maioria esqueceu o trabalho documentado e testemunhado por uma multidão, de Alberto Santos-Dumont, que percorreu triunfalmente o Campo de Bagatelle (Paris) en seu 14-Bis em 23 de outubro de 1906.

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